Os líderes da campanha para que o Reino Unido deixe a União Europeia anunciaram nesta quarta-feira (1º) que endureceriam as condições para os europeus se estabelecerem no país se vencerem o referendo em 23 de junho.
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Os europeus devem provar "um bom nível de inglês" e competências para justificar a sua presença no país, de acordo com um plano inspirado no modelo australiano que poderia ser lançado em 2020 em caso de vitória no referendo e nas eleições legislativas seguintes, no âmbito desta proposta assinada por políticos conservadores.
"O direito automático de todos os cidadãos da UE a viver e trabalhar no Reino Unido vai desaparecer", garantiram o ex-prefeito de Londres, o conservador Boris Johnson, que aspira suceder o primeiro-ministro David Cameron, e o atual ministro da Justiça, Michael Gove.
"Nas próximas eleições, vamos criar um verdadeiro sistema de migração baseado no modelo australiano", acrescentaram os políticos, que enfrentam Cameron, que faz campanha pela permanência do país na UE.
A migração é uma das principais preocupações dos eleitores favoráveis ao Brexit, argumentando que há estrangeiros demais no país e que sua presença tem levado ao colapso a saúde e a educação, além de aumentar os custos de habitação.
Cerca de 3 milhões de cidadãos da UE viviam no Reino Unido em 2015, mais do dobro do que em 2004, de acordo como Observatório das Migrações.
O número de migrantes europeus aumentou consideravelmente com a crise na Espanha, Itália, Grécia e Portugal, o que levou milhares de jovens desses países do sul da Europa a migrar para o Reino Unido, atraídos principalmente pela disponibilidade de trabalho - a taxa de desemprego é de 5,1%, enquanto na Espanha é de 21%.