O papa Francisco inaugurou nesta quinta-feira (2) o Jubileu dos Sacerdotes, no contexto do "Ano Santo da Misericórdia", e fez um apelo para se reconhecessem sinceramente "sujos, impuros, mesquinhos, vaidosos" e ao mesmo tempo "chamados e escolhidos" por Deus.
Leia Também
Um total de 6.000 sacerdotes e seminaristas, que representam mais de 530.000 correligionários de todo o mundo, se reuniram em três basílicas de Roma, onde o Papa decidiu pregar sobre a importância de manifestar o consolo e a bondade de Deus.
Em seu discurso, Francisco se mostrou crítico sobre certas atitudes hipócritas, inflexíveis, corruptas e mundanas no clero.
A transmissão correta da mensagem cristã passa, segundo o Papa, pelo reconhecimento doloroso do próprio pecado, que permite ao sacerdote ter uma atitude misericordiosa.
Em seu primeiro pronunciamento, em São João de Ladrão, o pontífice argentino se perguntou: "O que sentimos quando as pessoas beijam nossa mão e contemplamos nossa miséria mais íntima?".
"Devemos", acrescentou, "nos situarmos no espaço onde nossa miséria mais vergonhosa e nossa maior dignidade coexistem. Sujos, impuros, mesquinhos, vaidosos, egoístas e, ao mesmo tempo (...) chamados e escolhidos, amados e envolvidos de cuidados. Apenas a misericórdia torna suportável esta posição. Sem ela, ou acreditamos que somos justos como fariseus, ou nos afastamos como aqueles que se sentem indignos. Em ambos os casos nosso coração se endurece".