Massacre de Orlando

Comovidos, os homossexuais se negam a ceder ao medo

Diversas manifestações foram realizadas pelo mundo para demonstrar seu horror depois do massacre à boate gay em Orlando

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Publicado em 13/06/2016 às 17:48
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De Berlim a Sydney, foram organizadas nesta segunda-feira concentrações de apoio aos homossexuais para mostrar seu horror depois da matança em um clube gay de Orlando e sua determinação de não ceder ao medo.

"Temos que permanecer unidos, defender nosso modo de vida e não ceder", declarou à AFP Helmut Metzner, de 47 anos, militante da Federação Alemã de Lésbicas e Gays durante uma concentração em frente à embaixada americana em Berlim.

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#PrayForOrlando - Pessoas fazem vigília em frente a hospital de Orlando onde estão vítimas do ataque - Foto: AFP
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Tiroteio em boate gay deixa 50 mortos e 53 feridos em Orlando, Estados Unidos - Foto: AFP
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FBI abriu uma investigação por 'ato de terrorismo' - Foto: AFP
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Boate Pulse, local do massacre de Orlando, é uma das casas noturnas mais emblemáticas da causa LGBT - Foto: AFP
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Suspeito foi identificado como Omar Seddique Mateen, cidadão americano de origem afegã - Foto: AFP
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Presidente dos EUA, Obama classificou o ataque como um ato 'de terror e ódio' - Foto: AFP
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Simpatizantes e membros da comunidade gay pedem paz e fazem vigília no centro de Paris - Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/AFP
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Simpatizantes e membros da comunidade gay pedem paz e fazem vigília no centro de Paris - Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/AFP
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Simpatizantes e membros da comunidade gay pedem paz e fazem vigília no centro de Paris - Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/AFP
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Simpatizantes LGBT na Itália fazem vigília próximo ao Coliseu de Roma pelas vítimas do massacre - Foto: Andreas Solaro/AFP
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Simpatizantes LGBT na Itália fazem vigília próximo ao Coliseu de Roma pelas vítimas do massacre - Foto: Andreas Solaro/AFP
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Simpatizantes LGBT na Itália fazem vigília próximo ao Coliseu de Roma pelas vítimas do massacre - Foto: Andreas Solaro/AFP
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Simpatizantes LGBT na Itália fazem vigília próximo ao Coliseu de Roma pelas vítimas do massacre - Foto: Andreas Solaro/AFP

Na capital alemã, mas também em Sydney, Bangcoc, Tel Aviv ou Paris, dezenas de pessoas assinaram livros de condolências, depositaram flores e acenderam velas em memória das vítimas do tiroteio.

Muitas vigílias estavam igualmente previstas durante a tarde em Londres e Amsterdã. "Ensinemos ao mundo que o amor será sempre mais forte que o ódio", escreveram os organizadores holandeses no Facebook.

Em Moscou, no entanto, dois jovens russos foram detidos nesta segunda-feira quando depositavam flores em frente à embaixada americana em memória das vítimas, noticiou o jornal russo RBK.

Islam Abdullabeckov e Felix Gliukman foram à embaixada dos Estados Unidos deixar as flores e um cartaz com a frase "O amor vence - Fiquemos com Orlando", quando foram detidos por dois policiais.

As concentrações em apoio à comunidade gay são sistematicamente proibidas na Rússia, onde a homossexualidade era considerada crime até 1993 e doença mental até 1999, e onde são frequentes os ataques homofóbicos.

Na madrugada de domingo, 49 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas quando Omar Seddique Mateen, um americano de origem afegã de 29 anos, abriu fogo no interior de um famoso clube noturno entre a comunidade gay de Orlando, na Flórida.

O atentado, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), provocou uma grande comoção entre os homossexuais que, ainda que muitas vezes sejam vítimas de ataques mortais em todo o mundo, nunca haviam sido alvos em matanças dessa magnitude.

"Este trágico acontecimento nos recorda até que ponto nossa comunidade está em perigo, ameaçada em sua existência", lamentou a associação israelense "A casa aberta".

"Me aterroriza um pouco, como gay que trabalha em um bar gay", confessou à AFP Saleem Khan, garçom no Admiral Duncan, um bar do bairro do Soho de Londres que sofreu um ataque com bomba em 1999 deixando três mortos.

Orgulhoso gay

Em "solidariedade" com os homossexuais, as grandes cidades conhecidas por sua tolerância com as minorias sexuais decidiram mostrar a bandeira do arco-íris, símbolo das lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais (LGBT).

A Torre Eiffel se iluminará nesta segunda-feira com estas cores, assim como foi feito antes pela embaixada americana em Estocolmo, pelas prefeituras de Tel Aviv e Nova York e pela ponte do porto de Sydney, local emblemático da cidade australiana. 

Na França, um minuto de silêncio nas áreas de torcedores da Eurocopa terá lugar nesta segunda às 20H30 locais (15H30 de Brasília), antes da partida entre Bélgica e Itália.

Com o hashtag "#loveislove", os  internautas, conhecidos ou não, prestaram sua homenagem publicando mensagens "contra a homofobia" e fotos de mulheres se beijando, ou como Madonna, de homens abraçados.

"Orlando prova que necessitamos mais do que nunca estar orgulhosos", tuitou o cineasta canadense Xavier Dolan, abertamente gay, enquanto o cantor britânico Boy George se declarou "inconsolável".

Mas as redes sociais apenas conseguem filtrar os conteúdos homofóbicos. "Acabo de ler #jesuisgay... não conte comigo, irmão", tuitava por exemplo uma jovem, enquanto outras mensagens eram claramente hostis contra os homossexuais.

De Washington a Moscou, passando por Pequim, pelo Vaticano ou pela Liga Árabe, os dirigentes condenaram em uníssono um "ato de terror e ódio", segundo os termos do presidente Barack Obama.

O primeiro-ministro britânico David Cameron se mostrou "horrorizado" e o dirigente espanhol Mariano Rajoy condenou no Twitter um "ataque depreciável".

E no Chile, o governo indicou que "a violência e o terror (...) não tem fundamento em sociedades livres e diversas".

Todos, inclusive países como o Egito, onde a homossexualidade é fortemente reprimida, enviaram suas condolências aos parentes das vítimas e ao povo americano. Ainda que muitos tenham desviado do caráter homofóbico da matança, dando lugar a ambiguidades.

Na Polônia, o silêncio do Executivo suscitou a decepção dos militantes da causa gay. "Nem sequer sabem reagir diante de um acontecimento tão trágico", lamentou Tomasz Baczowski, presidente da Fundação da Igualdade.

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