CRISE MIGRATÓRIA

ONU compara centros de migrantes a ''zonas de confinamento forçado''

No total, 208.150 migrantes chegaram a Europa este ano passando pelo Mediterrâneo, e mais de 2.850 morreram ou estão desaparecidos

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Publicado em 13/06/2016 às 8:11
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No total, 208.150 migrantes chegaram a Europa este ano passando pelo Mediterrâneo, e mais de 2.850 morreram ou estão desaparecidos - FOTO: Foto: ATTILA KISBENEDEK/AFP
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Os centros de registro de migrantes que chegam às ilhas gregas procedentes das costas turcas são "vastas zonas de confinamento forçado", denunciou nesta segunda-feira (13) o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein.

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    No Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, Zeid Ra'ad al-Hussein explicou que os funcionários do organismo observaram um "aumento preocupante de detenções de migrantes na Europa", inclusive nos centros de registro construídos na Grécia e Itália.

    "Até as crianças não acompanhadas se encontram com frequência em células carcerárias ou em centros cercados de alambrados", advertiu Zeid.

    Os acampamentos de registro de migrantes nas ilhas gregas, como o de Moria, foram transformados em centros de retenção fechados desde que entrou em vigor o acordo UE-Turquia em 20 de março, que prevê o envio para a Turquia praticamente de forma sistemática de todos os migrantes em situação irregular.

    O Alto Comissário pediu à União Europeia a criação de um sistema que permita contabilizar as detenções.

    "Estes números seriam, temo, chocantes", disse, antes de lamentar "a retórica antimigrantes" que está se espalhando por todo o continente europeu.

    Zeid elogiou, no entanto, os esforços de certas cidades europeias para responder às necessidades dos migrantes, como Lampedusa e Paris, mas recordou que das 160.000 pessoas que os países europeus se comprometeram a receber em setembro de 2015, apenas 1.600 foram abrigadas até o momento.

    No total, 208.150 migrantes chegaram a Europa este ano passando pelo Mediterrâneo, e mais de 2.850 morreram ou estão desaparecidos, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

    A maioria (157.119) é de sírios, afegãos e iraquianos que chegaram à Grécia depois de passar pela Turquia. Quase 50.000, sobretudo pessoas da África subsaariana, entraram na Itália procedentes das costas líbias.

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