O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, destacou nesta terça-feira que o Reino Unido "não terá meses para pensar" após notificar o Brexit, em declaração ao final da primeira jornada do Conselho Europeu em Bruxelas.
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"Posso entender que [o premier britânico] David Cameron precise de tempo", mas "queremos que o artigo 50 [que rege o processo de ruptura com a UE] se ative o mais cedo possível". "Não temos meses para meditar, devemos agir".
"Se você quer sair [da UE], é preciso ter um plano, um projeto", disse Juncker, que pediu ao próximo premier britânico que notifique "o quanto antes" a decisão do Reino Unido de abandonar o bloco, para poder iniciar logo as negociações do divórcio.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, explicou que os chefes de Estado e de Governo "compreenderam que é necessário um pouco de tempo para que regresse a calma".
O premier britânico, David Cameron, revelou que não se arrepende por ter organizado o referendo que decidiu pela saída do Reino Unido do Bloco. "É claro que lamento o resultado, mas não lamento ter organizado o referendo, era o que deveria fazer".
Durante o Conselho, Cameron pediu a seus pares que analisem uma reforma na liberdade de trânsito de pessoas no Bloco. "A chave para nos mantermos próximos é, realmente, analisar uma reforma da liberdade de trânsito".
No jantar consagrado ao Brexit, Cameron reafirmou seu desejo de que o Reino Unido e a UE tenham "uma relação econômica a mais próxima possível".
O presidente francês, François Hollande, avaliou que quem "quer ficar [no Bloco] deve pagar o preço, inclusive sobre a liberdade de trânsito".
Ou aceita "as 4 liberdades ou nenhuma", disse Hollande, em referência ao livre trânsito de bens, serviços, capitais e pessoas.
O Reino Unido rejeita a livre circulação de pessoas, um dos temas-chave da campanha do referendo.