A Coreia do Norte executou neste sábado (09) um disparo de teste de um míssil balístico lançado de submarino (SLBM), um dia depois do anúncio de Washington e Seul sobre a instalação de um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul.
O míssil explodiu durante o voo, informou o ministério sul-coreano da Defesa.
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"O Norte lançou o que acreditamos que era um SLBM a partir de águas situadas na altura do porto de Sinpo, por volta das 11H30 (22H30 de sexta em Brasília)", afirma o ministério da Defesa em um comunicado, que não entra em detalhes.
O míssil, lançado de um submarino de 2.000 toneladas do tipo Sinpo, alcançou uma altitude de 10.000 metros antes de explodir em pleno voo, segundo a agência sul-coreana Yonhap.
A Coreia do Norte já havia testado um SLBM no dia 23 de abril passado, em um tiro saudado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-Un, como um "sucesso revelador" da capacidade de Pyongyang de atingir a Coreia do Sul e os Estados Unidos quando desejar
"A Coreia do Norte não cessa de violar as resoluções da ONU com lançamentos constantes de mísseis balísticos", afirmou o ministério sul-coreano da Defesa.
A tensão aumenta desde que Pyongyang realizou em janeiro o quarto teste nuclear do país, seguido por uma série de disparos de mísseis com a intenção, de acordo com os analistas, de demonstrar que a Coreia do Norte progride no objetivo de conseguir atingir os Estados Unidos.
"Condenamos firmemente estas provocações", reiterou o ministério.
O primeiro-ministro do Japão afirmou, no entanto, que o disparo não representa uma ameaça imediata.
"Este disparo não constitui em nada uma ameaça que afetaria a segurança nacional do Japão. Temos que trabalhar com a comunidade internacional e condenar a Coreia do Norte", declarou Shinzo Abe.
O lançamento deste sábado ocorreu um dia após Washington e Seul anunciarem um acordo para a instalação de um escudo antimísseis, o THAAD (Terminal High Altitude Area Defence), na Coreia do Sul diante da multiplicação de ameaças procedentes dos norte-coreanos.
O sistema THAAD lança mísseis concebidos para interceptar e destruir mísseis balísticos quando ainda se encontram em elevada altitude.
Uma bateria THAAD já está instalada na ilha americana de Guam, no Oceano Pacífico. O Japão também estuda a possibilidade de obter o sistema.
O plano de instalação do sistema THAAD na Coreia do Sul provocou a indignação da China e da Rússia, que consideram a ideia uma operação perigosa dos Estados Unidos na região.
O anúncio foi feito depois da imposição de sanções dos Estados Unidos ao dirigente norte-coreano Kim Jong-il, uma iniciativa que o regime comunista classificou de "declaração de guerra".
Washington incluiu Kim Jong-Un na lista de sanções contra indivíduos, alegando graves violações dos direitos humanos.
As sanções podem terminar sendo fundamentalmente simbólicas, mas a Coreia do Norte reagiu com extrema agressividade na sexta-feira e afirmou que romperá todos os canais diplomáticos se a medida não for cancelada.
O ministério norte-coreano das Relações Exteriores afirmou que as sanções constituem "o ato mais hostil" de Washington e equivalem a "uma declaração de guerra aberta".
O regime norte-coreano prometeu "respostas extremamente fortes". Também afirmou que os problemas nas relações com os Estados Unidos "serão imediatamente tratados de acordo com as leis em tempos de guerra".
A Coreia do Norte divulga com frequência declarações beligerantes contra os Estados Unidos, mas esta última referência aos "tempos de guerra" é incomum. Os analistas consideram que acontecerão mais reações deste tipo em resposta às sanções americanas.