O Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta terça-feira (19) o ataque de um afegão que agrediu com um machado e uma faca os passageiros de um trem e deixou quatro feridos em estado grave, o primeiro reivindicado pelo grupo na Alemanha.
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Por meio da agência Amaq, habitual porta-voz do EI, o grupo afirmou que o jovem refugiado de 17 anos, que feriu quatro pessoas em um trem na Baviera, e deixou duas em estado crítico, era um de seus combatentes.
"O autor do esfaqueamento na Alemanha (...) realizou sua operação em resposta ao chamado de atentar contra países da coalizão que combate o EI", acrescentou a Amaq, em referência ao conjunto de países liderados pelos Estados Unidos que bombardeia o grupo extremista na Síria e no Iraque.
No quarto do jovem, que foi abatido pela polícia depois de fugir da cena do crime, a polícia encontrou uma bandeira do EI "fabricada artesanalmente", disse na manhã desta terça-feira o ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann.
Mostrando-se prudente sobre as motivações do homem, que chegou há dois anos à Alemanha como "menor desacompanhado", Herrmann explicou que, segundo uma testemunha, havia gritado "Allahu Akbar" (Alá é grande) no momento da agressão.
"Radicalizado sozinho e recentemente"
No entanto, considerou o ministro, é preciso "investigar cuidadosamente" as motivações do refugiado, que agiu sozinho no trem, para determinar se pertencia ao movimento islamita ou se "radicalizou-se sozinho e muito recentemente".
"Neste momento, prefiro não fazer especulações", ressaltou Herrmann. "Estava sozinho (...) no trem. Cometeu o ataque sozinho", acrescentou.
O afegão, que fez um pedido de asilo na Alemanha no ano passado, não era conhecido pelos serviços de inteligência alemães. Vivia há duas semanas com uma família de acolhimento na localidade de Ochsenfurt, vizinha ao local onde ocorreu o ataque.
Na noite de segunda-feira às 21h15 locais o jovem demandante de asilo feriu gravemente os quatro passageiros. O trem cobria a rota entre Treuchlingen e Wurzburgo, na Baviera (sul).
As quatro pessoas feridas no ataque procedem de Hong Kong, segundo as autoridades chinesas, e a uma mesma família de cinco membros.
Várias das testemunhas presentes no local ficaram em estado de choque. Uma pessoa que embarcou no trem após a agressão descrevia o interior do vagão como "uma cena de carnificina", segundo a agência DPA.
Uma unidade especial de intervenção da polícia alemã (SEK) disparou e matou o jovem quando ele tentava seguir atacando as forças de segurança.