O príncipe Harry da Inglaterra e o cantor britânico Elton John insistiram no papel fundamental dos jovens na luta contra a aids, nesta quinta-feira, na XXI Conferência Internacional sobre a pandemia na África do Sul.
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Falando para cerca de mil delegados em Durban (leste), o quinto na linha de sucessão ao trono britânico elogiou os avanços conquistados desde a época em que sua mãe, a falecida princesa Diana, defendia os doentes de aids.
"Quando minha mãe segurou a mão de um homem que morria de aids, em 1987, ninguém tinha imaginado que um quarto de século mais tarde estaria disponível um tratamento que permitisse às pessoas soropositivas viverem plenamente", afirmou Harry.
Mas "agora que as pessoas com HIV vivem mais, a aids é um tema que já não sai nas manchetes", o que implica um risco de perder financiamento, alertou o príncipe.
Cerca de 2,5 milhões de pessoas continuam se infectando com o vírus a cada ano no mundo, um número que permaneceu mais ou menos constante na última década.
"Já é hora de que uma nova geração de líderes" continue a batalha, afirmou Harry, de 29 anos, que chegou a Durban após uma visita à sua organização beneficente, Sentebale, que ajuda órfãos da aids no vizinho Lesoto.
"Ajudando os jovens a combater o HIV, não só vamos acabar com a epidemia, mas também vamos mudar o curso da história para toda uma geração", disse.
Elton John, também presente em Durban, contou que a morte de um adolescente soropositivo americano em 1990 foi o que o motivou a entrar na luta contra a aids.
"Os jovens sempre foram a voz da mudança", afirmou o artista de 70 anos.
Lamentando sua idade, John disse em tom de brincadeira: "Serei honesto com vocês, os jovens não vão me escutar".
"Se queremos que os programas contra o HIV funcionem para os jovens, não podemos dizer a eles o que fazer e o que pensar", disse. "Não deixem que a geração mais velha dê lições a vocês. Façam com que nós escutemos vocês".
A aids, que deixou mais de 30 milhões de mortos desde os anos 80, é a primeira causa de morte entre os jovens de 10 a 19 anos na África.