ELEIÇÕES

Trump promete ordem e segurança aos Estados Unidos

Encorajado pelas bases republicanas, Trump se ergueu como ''o candidato da lei e da ordem''

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Publicado em 22/07/2016 às 10:29
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Donald Trump se apresentou na quinta-feira (21) como o único candidato capaz de restaurar a segurança em um país à deriva, convocando os americanos a levá-lo à Casa Branca e a rejeitar as políticas do passado de sua rival Hillary Clinton.

"Com humildade e gratidão", o magnata de 70 anos aceitou a candidatura do Partido Republicano à Casa Branca diante de 2.500 delegados em Cleveland (Ohio, norte).

A noite coroou a incrível ascensão às cúpulas republicanas de um novato que soube melhor do que ninguém interpretar o desespero dos americanos desorientados com a globalização e abandonados por seus líderes.

Encorajado pelas bases republicanas, Trump se ergueu como "o candidato da lei e da ordem" e prometeu defender os "que trabalham duro e não têm voz".

"Eu sou a sua voz", declarou às câmeras, prometendo levar o país de volta aos tempos mais seguros com "milhões de novos empregos e trilhões em novas riquezas".

Após os recentes episódios de assassinatos de policiais e ataques terroristas, Trump passou uma mensagem de linha dura contra o crime que lembra a estratégia vencedora de Richard Nixon em 1968.

"O crime e a violência que hoje afligem nossa nação vão, em breve, chegar ao fim. Começando em 20 de janeiro de 2017 (dia da posse, conhecido como Dia da Inauguração), a segurança será restaurada", prometeu, acrescentando que "os ataques contra nossa polícia e o terrorismo em nossas cidades ameaçam nosso modo de vida".

"Só eu"

Mas Trump também retomou os temas controversos que lhe deram vantagem nas primárias.

Os estrangeiros provenientes de países associados ao terrorismo terão as portas dos Estados Unidos fechadas, construirá um muro na fronteira com o México e renegociará tratados de livre comércio desfavoráveis.

"Ninguém conhece o sistema melhor do que eu, por isso só eu posso consertá-lo", afirmou o nova-iorquino sem experiência em cargos públicos que derrotou 16 rivais e disputará a presidência dos Estados Unidos com Hillary Clinton.

"Trump: 'Só eu posso corrigir isso'. Este homem é candidato a presidente ou ditador?", ironizou o ex-aspirante democrata Bernie Sanders.

A cerimônia na Quicken Loans Arena de Cleveland tinha um ar similar aos comícios do beligerante magnata, com seus seguidores gritando "construa o muro" e "prenda-a", em referência a Hillary Clinton.

Mas talvez buscando dar maior seriedade as suas aspirações presidenciais, Trump cortou: "Não, vamos derrotá-la em novembro".

"Acredito que esta convenção energizou e emocionou não apenas o partido, mas toda a nação", declarou emocionada Noel Hentschel, uma empresária da Califórnia e simpatizante de Trump.

Hillary na mira

Hillary e Trump avançam lado a lado, segundo uma média das pesquisas nacionais, que dá à ex-secretária de Estado do presidente Barack Obama 44% das intenções de voto, contra 41% para o magnata imobiliário.

Durante seu discurso, Trump atacou diversas vezes sua rival democrata, afirmando que seu legado como secretária de Estado (2009-2013) foi de "morte, destruição, terrorismo e debilidade".

Enquanto o candidato republicano continuava seu discurso, Hillary, que será investida como candidata presidencial durante a convenção democrata, na próxima semana na Filadélfia (leste), respondeu pelo Twitter com um "somos melhores do que isso".

As bases do partido ficaram de pé, com longos aplausos apagando as divisões que marcaram os quatro dias da convenção republicana, o evento realizado a cada quatro anos no qual o partido define seu programa e proclama seu candidato presidencial.

Na noite de quarta-feira estas divisões ficaram evidentes quando o senador Ted Cruz, finalista das primárias republicanas, se negou a apoiar Trump.

"Votem por sua consciência", declarou Cruz aos delegados, imediatamente vaiado.

Já a convenção havia dado sinais de caos, descarrilada desde o primeiro dia com uma rebelião de delegados antiTrump e uma polêmica por plágio contra a esposa do candidato, Melania.

Pró-gay

Na quinta-feira, o empreendedor do Vale do Silício Peter Thiel, abertamente gay, fez uma vibrante defesa a favor dos direitos LGBTI e de Trump, contrastando com a posição republicana contrária ao casamento homossexual.

Trump, que se mostrou desvinculado de alguns preceitos ideológicos do partido, também se posicionou sobre o tema, se comprometendo a "fazer tudo o que estiver ao meu alcance para proteger os cidadãos LGBTI da violência e da opressão".

Pouco antes de Trump, sua filha Ivanka, bela e sorridente, tentou suavizar a imagem do candidato, visto por muitos como um ricaço egocêntrico.

"Meu pai não apenas tem a força e a habilidade necessárias para ser o próximo presidente, mas a amabilidade e a compaixão que lhe permitirão ser o líder que este país precisa", afirmou.

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