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Justiça venezuelana tem 10 dias para decidir sobre apelação de opositor

A defesa do dirigente radical alega que López foi condenado por motivos políticos e que as provas foram manipuladas, violando seu direito à defesa

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Publicado em 23/07/2016 às 10:21
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A defesa do dirigente radical alega que López foi condenado por motivos políticos e que as provas foram manipuladas, violando seu direito à defesa - FOTO: Foto: Juan Barreto/AFP
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A audiência de apelação do opositor venezuelano Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão, terminou durante a madrugada deste sábado.

"A corte durante os próximos dez dias para a oportunidade de dar brilho a uma justiça que não garantiu os valores de independência e de imparcialidade", afirmou aos jornalistas o advogado de defesa, Juan Carlos Gutiérrez.

"Não resta mais que esperar justiça e ter muita fé em toda a argumentação. Confiamos na lei, nos argumentos, na inocência de Leopoldo López e essa é a sentença que deve ser dada", acrescentou o advogado, visivelmente esgotado após 12 horas de alegações.

López se declarou inocente durante a longa audiência no Palácio da Justiça, no centro de Caracas.

"Sou inocente dos crimes atribuídos a mim pelo Ministério Público (...) Assumo minha responsabilidade plena de ter denunciado o Estado venezuelano como corrupto, deficiente, antidemocrático e repressor", disse López na audiência, segundo uma gravação divulgada em sua conta no Twitter quase dez horas depois de iniciada a sessão.

"Assumo minha plena responsabilidade de ter convocado o protesto pacífico, nos termos estabelecidos pela Constituição, como é meu direito e direitos dos venezuelanos de fazê-lo", acrescentou.

López, de 45, foi condenado em setembro de 2015 por incitação à violência nos protestos que pediam a renúncia do presidente Nicolás Maduro, entre fevereiro e maio de 2014, e que deixaram 43 mortos. Ele está detido na prisão militar de Ramo Verde, na periferia de Caracas.

As autoridades permitiram o ingresso no Palácio da Justiça apenas da mãe do réu, Antonieta Mendoza, e de seu advogado venezuelano Juan Carlos Gutiérrez. Os assessores espanhóis da defesa não tiveram acesso à sessão.

Do lado de fora da Corte, inúmeros seguidores se manifestavam, carregando fotos do opositor e cartazes com frases como "Leopoldo - Liberdade já" e "Querer uma Venezuela melhor não é um crime".

A defesa do dirigente radical alega que López foi condenado por motivos políticos e que as provas foram manipuladas, violando seu direito à defesa.

Leopoldo López se tornou símbolo dos opositores venezuelanos presos - pelo menos 100, segundo a oposição. Entre eles estão o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e o ex-prefeito de San Cristóbal (oeste) Daniel Ceballos.

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