Apenas alguns habitantes puderam sair dos bairros rebeldes da cidade síria de Aleppo (norte) antes que os insurgentes os impedissem de utilizar os corredores humanitários habilitados pelo governo, informou uma ONG nesta sexta-feira (29).
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Com a abertura destes corredores, o governo sírio tenta esvaziar estes bairros, onde vivem 250.000 pessoas, para poder retomar com mais facilidade estes setores, nas mãos dos rebeldes desde 2012, e conseguir recuperar o controle total da segunda cidade deste país em guerra.
Desde que a Rússia, aliada do regime sírio, anunciou na quinta-feira a abertura destas vias, "uma dúzia de pessoas conseguiram sair através de um dos corredores a partir do bairro de Bustane al Qasr", disse o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.
"Mas os grupos rebeldes reforçaram as medidas de controle em relação aos corredores, impedindo que os habitantes se aproximassem", disse.
A ONG explicou que os corredores estão fechados pelo lado rebelde, mas abertos do outro lado, ou seja, nas áreas controladas pelo regime.
Apesar deste gesto, os russos e o exército sírio continuaram bombardeando os bairros rebeldes nesta sexta-feira antes do amanhecer, informou o OSDH.
A antiga capital econômica da Síria está dividida desde 2012 entre bairros controlados pelo regime no oeste e nas zonas do leste, nas mãos dos rebeldes.
As tropas do presidente Bashar al-Assad tentam há meses reconquistar o setor rebelde, cercado desde 17 de julho, com o lançamento de barris de explosivos e bombardeios que também contaram com a participação da força aérea russa.
O ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, anunciou na quinta-feira que serão abertos quatro corredores humanitários na cidade para os civis e para aqueles "combatentes que quiserem depor as armas".
Vários homens interrogados pela AFP disseram temer que o regime os prendesse depois que saíssem dos bairros rebeldes.
Segundo os analistas, a perda de Aleppo pode significar o início do fim da rebelião e representar um ponto de viragem determinante na guerra síria, que já deixou mais de 280.000 mortos em cinco anos.