O papa Francisco rejeitou, neste domingo (31), associações automáticas entre Islã e violência, alegando que católicos também podem ser violentos, e advertiu que a Europa está empurrando parte de sua juventude para o radicalismo.
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"Não acho que seja justo associar Islã e violência", declarou o pontífice argentino, após o assassinato de um padre na França, vítimas de dois extremistas, ao ser questionado sobre sua escolha de nunca mencionar o Islã quando condena esse tipo de atentado.
"Todos os dias quando abro os jornais vejo a violência na Itália. Alguém que matou a namorada, outro matou a sogra, e são católicos batizados", apontou o papa, em entrevista coletiva a bordo do avião que o levava de volta ao Vaticano, após viagem à Polônia.
"Se tiver de falar da violência islâmica, também tenho de falar da violência cristã. Em quase todas as religiões, sempre há pequenos grupos fundamentalistas. Nós também temos", insistiu.
O papa Francisco garantiu que a religião não é o verdadeiro motor dos atos violentos.
"Podemos matar com a língua, da mesma forma que com uma faca", advertiu, referindo-se aos partidos populistas que estimulam o racismo e a xenofobia.
O terrorismo "prospera quando o deus do dinheiro se põe na frente" e quando "não há outra opção", afirmou.
"Quantos dos nossos jovens abandonamos sem ideais, sem trabalho? É, então, quando se voltam para as drogas, para o álcool, e se metem com grupos fundamentalistas", alertou.