A Venezuela negou nessa segunda-feira (15) que esteja à margem das normas internas do Mercosul, tal como alegam Brasil, Paraguai e Argentina para rejeitar que Caracas assuma a presidência rotativa do Bloco.
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A chancelaria venezuelana assinalou em um comunicado que "rejeita categoricamente as manobras e falsidades antijurídicas (...) que pretendem vender a infame ideia sobre o descumprimento por parte da Venezuela dos compromissos assumidos no Protocolo de Adesão do Mercosul".
Brasil, Paraguai e Argentina rejeitam que a Venezuela assuma a presidência do Bloco devido à crise política que abala o país caribenho; e Caracas "denuncia a persistência destes governos em violar os tratados constitutivos do Mercosul".
Apesar da oposição dos sócios regionais, Caracas içou a bandeira do Mercosul na capital venezuelana na semana passada para simbolizar o início de seu período na presidência temporária do Bloco.
Há três semanas, o Uruguai concluiu seu período de seis meses à frente do Bloco, e defendeu a entrega da presidência à Venezuela, seguindo o critério de ordem alfabética.
O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, advertiu que a Venezuela integrará o Bloco até que se aplique a cláusula democrática.
O Mercosul tem uma norma que prevê a possibilidade de suspender qualquer de seus sócios se os demais considerarem que houve quebra institucional que afeta a democracia.
A aplicação desta cláusula não foi discutida oficialmente para o caso venezuelano, apesar de o Paraguai ter solicitado, através de seu chanceler, Eladio Loizaga, "que (a Venezuela) liberte seus presos políticos e faça gestos que a comprometam com a democracia".