A Coreia do Sul anunciou nesta quarta-feira (17) a deserção do embaixador adjunto da Coreia do Norte na Grã-Bretanha, que agora está em Seul com sua família.
O ministério da Unificação disse que Thae Yong-Ho, número dois da missão norte-coreana em Londres, está na Coreia do Sul com sua esposa e filho.
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"Estão sob a proteção do governo e seguirão o procedimento previsto com as instituições competentes", disse à imprensa o porta-voz do ministério, Jeong Joon-Hee.
Este porta-voz não quis dar detalhes sobre o itinerário que Thae tomou, invocando a necessidade de proteger os países envolvidos.
"Para explicar sua deserção, o ministro Thae citou seu asco pelo regime (do líder norte-coreano) Kim Jong-Un, sua admiração pelo sistema livre e democrático da Coreia do Sul e o futuro de sua família", acrescentou o porta-voz.
As deserções de diplomatas do nível de Thae Yong-Ho são extremamente raras.
O jornal sul-coreano JoongAng Ilbo, que foi o primeiro a anunciar na terça-feira a deserção, explica que o funcionário suportava mal a pressão de Pyongyang para contra-atacar as críticas da comunidade internacional sobre a situação da Coreia do Norte em matéria de direitos humanos.
Vários casos de deserções vieram à tona nos últimos meses. Um dos de mais destaque foi o caso em abril de 12 garçonetes de um restaurante norte-coreano na China.
Em julho, a imprensa de Hong Kong anunciou a deserção de um estudante norte-coreano de 18 anos que visitava esta ex-colônia britânica para participar de um concurso internacional de matemática.
Todo norte-coreano que foge à Coreia do Sul deve passar primeiro por um longo programa de interrogatórios realizado pelos serviços secretos, cujo objetivo é desmascarar possíveis espiões.
Posteriormente, durante três meses, vivem em centros governamentais onde aprendem os aspectos básicos da vida na Coreia do Sul, como pegar o metrô, utilizar telefones celulares ou fazer compras em supermercados.
Para o ministério da Unificação da Coreia do Sul, a deserção de Thae é uma amostra da perda de confiança de uma parte da elite norte-coreana.
"A consciência do fato de que o regime norte-coreano chegou ao seu limite é cada vez mais forte e a solidariedade da classe dominante está se desvanecendo", disse Jeong.
Ao longo dos anos, cerca de 30.000 norte-coreanos fugiram da pobreza e da repressão de seu país e se estabeleceram no Sul.
No entanto, o número de desertores - que já chegou a mais de 2.000 por ano - caiu para quase a metade desde que Kim Jong-Un assumiu o poder, após a morte de seu pai e ex-líder Kim Jong-Il, em dezembro de 2011.