Os Estados Unidos confirmaram nesta terça-feira que a Turquia fez um pedido "formal" de extradição do clérigo Fethullah Gülen, a quem Ancara acusa de estar por trás da tentativa de golpe frustrado do mês passado, mas especificou que a petição não está relacionada com a intentona.
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Gülen, que vive exilado nos Estados Unidos desde 1999, afirma que não tem nada a ver com o episódio.
"Podemos confirmar agora que a Turquia pediu a extradição de Gülen. Mas não pode caracterizar o pedido como relacionado com a tentativa de gole", afirmou à imprensa Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado.
"Recebemos um pedido formal de extradição, não um relativo à tentativa de golpe", disse Toner, que não deu mais detalhes do documento enviado por Ancara.
Durante semanas, a Turquia disse ter pedido a extradição de Gülen para que enfrente um julgamento em seu país. Inclusive, acusaram-no de manter um "estado paralelo" turco.
Apesar da pressão de Ancara, Washington pareceu evitar o assunto ao afirmar que não havia recebido um pedido "formal" e que buscava "evidências" da participação de Gülen no frustrado golpe.
As últimas declarações do Departamento de Estado chegam quando diplomatas e funcionários do Departamento de Justiça se reuniram com autoridades turcas para tratar do caso Gülen.
O vice-presidente Joe Biden também é esperado na Turquia na quarta-feira. Será o funcionário ocidental de mais alto cargo que visita o país desde a tentativa.
A polêmica em torno de Gülen, de 75 anos, dificultou a relação já complicada entre Washington e Ancara. A Turquia afirmou que um fracasso na extradição de Gülen prejudicaria as relações bilaterais.