Diplomacia

Presidente chinês pede 'medidas concretas' no início do G20

Os líderes do G20 se reúnem na China com o objetivo de reativar a economia mundial e os intercâmbios comerciais

JC Online
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Publicado em 04/09/2016 às 10:34
AFP
Os líderes do G20 se reúnem na China com o objetivo de reativar a economia mundial e os intercâmbios comerciais - FOTO: AFP
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Os líderes do G20 se reúnem neste domingo na China com o objetivo de reativar a economia mundial e os intercâmbios comerciais, enquanto o presidente chinês, Xi Jinping, que acolhe o evento, pediu "medidas concretas".

Xi recebeu todos os chefes de Estado e de governo na cúpula de Hangzhou (leste), entre eles o presidente americano, Barack Obama, que realiza sua última visita à China como presidente.

O líder chinês convocou os governantes das principais potências mundiais a tomar "medidas concretas, sem discussões ocas", nesta reunião, que é realizada até segunda-feira em meio a medidas de segurança extremas.

Pequim quer projetar uma imagem de grande potência, segura de si mesma e consolidada como segunda economia mundial.

A cúpula é realizada na turística Hangzhou, convertida em cidade fantasma durante o encontro devido à decisão das autoridades de dar férias forçadas a um quarto da população e manter, assim, uma segurança máxima.

Também fecharam as fábricas de toda a região para garantir um céu limpo e sem poluição durante o fórum e detiveram dezenas de dissidentes para evitar qualquer confusão.

"Avanço histórico"

O G20 reúne as 19 principais economias mundiais (industrializadas e emergentes) e a União Europeia, um fórum que representa 85% do PIB mundial e dois terços da população do planeta.

A cúpula começou com bons preságios no sábado, com o anúncio conjunto dos presidentes chinês, Xi Jinping, e americano, Barack Obama, de ratificar o histórico tratado do clima de Paris, o que pode encorajar outros países e acelerar sua entrada em vigor.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que recebeu das mãos de Obama e Xi os documentos oficiais da ratificação, ressaltou neste domingo que se trata de um "passo histórico" na luta contra as mudanças climáticas.

No entanto, não são esperados grandes progressos durante a cúpula nesta e em outras questões chave, como o frágil crescimento mundial, em um contexto de recuo e rejeição à globalização em muitos países do mundo.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, já havia advertido na semana passada que o mundo enfrenta uma mistura explosiva de crescimento fraco no longo prazo e aumento de desigualdades, o que fomenta o nacionalismo e as barreiras ao livre comércio.

Os problemas geopolíticos, incluindo a guerra na Síria ou as tensões no mar da China Meridional, podem deixar de lado as questões econômicas.

A China tenta evitar o tema de suas ambições neste mar, mas seus vizinhos estão preocupados pela recente construção na região de infraestruturas, incluindo pistas de pouso, nos arrecifes ou ilhas reivindicados por Pequim, mas disputados por seus vizinhos.

"Volta atrás" sobre a Síria

Sobre a guerra na Síria, a Rússia "voltou atrás" sobre alguns temas nas negociações que mantém com os Estados Unidos, o que torna impossível no momento que as duas potências fechem um acordo de cooperação, anunciou neste domingo um funcionário americano de alto escalão.

No entanto, o secretário de Estado americano, John Kerry, e seu colega russo, Sergei Lavrov, se reunirão novamente na manhã de segunda-feira.

Moscou e Washington, que bombardeiam de forma separada os extremistas na Síria, não conseguem alcançar um acordo sobre o futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad.

O regime sírio segue bombardeando a oposição do país, com o apoio da Rússia, outro ponto de tensão com os Estados Unidos.

A guerra na Síria, que provocou a morte de mais de 270.000 pessoas, obrigou milhares de pessoas a fugir de seus lares, gerando uma crise humanitária que chegou às portas da Europa.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, advertiu neste domingo em Hangzhou que a Europa está "no limite" de sua capacidade para acolher refugiados e pediu à comunidade internacional que assuma sua parcela de responsabilidade.

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