Desde que o governo da Colômbia e a guerrilha das Farc começaram a negociar para encerrar um conflito armado de meio século, muitos especulam sobre a possibilidade de que os coordenadores de um eventual acordo recebam o Prêmio Nobel da Paz.
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Em uma entrevista à AFP, o presidente colombiano Juan Manuel Santos negou ter iniciado o árduo processo de negociação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com as quais chegou a um acordo histórico em 24 de agosto, com o prestigioso prêmio como meta.
O presidente também negou ter uma "ambição internacional" para 2018, quando vai deixar o governo e, disse, encerrar sua carreira política.
- O que pensa de seguir os passos de Nelson Mandela, o herói da luta anti-apartheid na África do Sul que venceu o Nobel da Paz em 1993?
- Eu nunca trabalhei pela paz por prêmios. Para mim o verdadeiro prêmio será quando o plebiscito for vencido e quando veremos o início da reconciliação dos colombianos. Se eu quisesse os aplausos da opinião pública não teria entrado no processo de paz. Tem sido muito caro, politicamente. Eu acredito na liderança que faz o correto e não o que é popular. Os prêmios são totalmente secundários. Não busco aplausos. Quero fazer o correto.
- O que pensa para 2018? Descansar em sua propriedade de Anapoima, comer mangas e brincar com os netos?
- Assim é. Tenho uma filha que casou recentemente. Espero ter netos. Com minha senhora (María Clemencia Rodríguez) afirmamos que cumprimos com a tarefa. Não quero virar prisioneiro do poder. Pelo contrário. No ano de 2018 termino minha carreira política. Se alguém me contratar, posso ser um bom professor em uma universidade ou colégio. Dedicar-me a escrever e a descansar.
- Se o acordo com as Farc for aprovado no plebiscito de 2 de outubro e seu sucessor pedir ajuda para implementar a paz, fará isto?
- O próximo presidente, não importa quem seja, terá muitos assessores. Se me procurar urgentemente para algo muito importante, você não pode negar, mas a princípio vou dizer que procure outras pessoas que podem fazê-lo inclusive melhor que eu.
- Não o veremos na ONU?
- Não tenho esta ambição internacional.