VENEZUELA

Oposição venezuelana aumenta pressão nas ruas contra Maduro

A oposição organiza um novo protesto nesta quarta-feira (7) nas principais cidades do país para pressionar por um referendo revogatória contra o presidente

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Publicado em 07/09/2016 às 11:22
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A oposição organiza um novo protesto nesta quarta-feira (7) nas principais cidades do país para pressionar por um referendo revogatória contra o presidente - FOTO: Foto: JUAN BARRETO / AFP
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A oposição venezuelana organiza um novo protesto nesta quarta-feira (7) nas principais cidades do país para pressionar por um referendo revogatória contra o presidente Nicolás Maduro, que convocou seus seguidores a sair às ruas, em um novo teste de forças que aumenta a tensão social.

Fortalecida pela grande passeata de 1º de setembro, a Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou um protesto até as sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mas os 24 escritórios regionais do CNE estarão fechados. Em Caracas, uma manifestação simbólica deve começar às 12H00 (13H00 de Brasília).

A oposição exigirá do CNE, que acusa de ser aliado do governo, que acelere o referendo. Ao mesmo tempo, Maduro acusa os opositores de buscarem a violência e um golpe de Estado.

"Os violentos, os fascistas, os golpistas, (estão) cada vez mais isolados. Nós, cada vez mais unidos", afirmou na terça-feira à noite o presidente socialista, eleito em 2013, após a morte de Hugo Chávez, para um mandato de seis anos.

Maduro, que enfrenta um nível de impopularidade de quase 75% de acordo com pesquisas de institutos privados, minimizou a passeata de 1º de setembro ao afirmar que não reuniu mais do que 30.000 pessoas. A MUD calculou a presença em um nível "histórico" de 1,1 milhão de manifestantes.

"Vive em outro planeta. Zombam da paciência do povo, por isso vamos nos mobilizar e dar nesta quarta-feira uma demonstração de civismo. O que vai acontecer se continuarem com a brincadeira? Uma explosão social", afirmou o líder opositor Henrique Capriles.

A oposição considera o referendo uma "válvula de escape" ao mal-estar e angústia dos venezuelanos com a escassez de quase 80% dos alimentos e remédios, assim como pela maior inflação do mundo, que o FMI projeta em 720% para este ano.

Maduro atribui a crise à queda dos preços do petróleo e ao que chama de "guerra" econômica de empresários e políticos de direito que, segundo ele, pretendem instalar um governo neoliberal fiel aos Estados Unidos, após 18 anos.

A MUD acusa o CNE de adiar o processo para que o governo ganhe tempo: se o referendo acontecer até 10 de janeiro de 2017 e Maduro perder, novas eleições presidenciais serão convocadas; caso a votação aconteça depois desta data, mesmo que o mandato seja revogado ele será substituído por seu vice-presidente.

O governo afirma que não acontecerá um referendo em 2016 porque a oposição iniciou os procedimentos de maneira tardia, por conta de conflitos internos. 

"Não há nenhuma possibilidade, talvez em março", repete o número dois do chavismo, Diosdado Cabello.

Para acelerar o processo, a oposição exige que o CNE fixe a data e as condições para a coleta de quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), necessárias para que o referendo revogatório seja convocado.

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