TESTE NUCLEAR

Coreia do Norte desafia EUA após teste nuclear

A Coreia do Norte desafiou os EUA ao afirmar que será submetida à ''chantagem'' americana, um dia após Pyongyang provocar a revolta com seu quinto teste nuclear

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Publicado em 10/09/2016 às 10:16
Foto: JUNG YEON-JE / AFP
A Coreia do Norte desafiou os EUA ao afirmar que será submetida à ''chantagem'' americana, um dia após Pyongyang provocar a revolta com seu quinto teste nuclear - FOTO: Foto: JUNG YEON-JE / AFP
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A Coreia do Norte desafiou neste sábado (10) os Estados Unidos, ao afirmar que será submetida à "chantagem" americana, um dia depois de Pyongyang provocar a revolta da comunidade internacional com seu quinto e mais potente teste nuclear.

"Já passou o tempo em que os Estados Unidos poderiam fazer chantagens nucleares unilaterais contra a RPDC (República Popular e Democrática da Coreia)", afirma o jornal estatal Rodong Sinmun.

Ao mesmo tempo, a Coreia do Sul destacou que a ameaça norte-coreana entra em uma nova dimensão e pediu ao Conselho de Segurança da ONU sanções ainda mais duras contra o país vizinho.

A potência da bomba lançada na sexta-feira foi avaliada em 10 quilotones, quase o dobro do teste nuclear anterior da Coreia do Norte, realizado em janeiro. 

Pyongyang afirmou ainda que a ogiva testada poderia ser instalada em um míssil.

"Acreditamos que a capacidade nuclear do Norte está consideravelmente mais sofisticada, com desenvolvimento a um ritmo mais elevado", afirmou o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Yun Byung Se.

Na sexta-feira à noite, o Conselho de Segurança da ONU condenou o quinto teste nuclear do país e decidiu preparar uma resolução com novas sanções contra Pyongyang.

Em uma declaração unânime, os 15 membros, incluindo a China, aliada de Pyongyang, afirmam que "começarão a trabalhar imediatamente em medidas apropriadas, segundo o artigo 41 da Carta da ONU, e uma resolução do Conselho".

O artigo 41 se refere a "medidas que não impliquem o uso de força armada".

Estados Unidos, França e Japão reclamaram novas e fortes sanções contra a Coreia do Norte, que já sofre desde março severas restrições econômicas, financeiras e comerciais, após o quarto teste nuclear realizado em janeiro.

- Fracasso internacional? -

Em Seul, alguns manifestantes, em sua maioria idosos, queimaram neste sábado uma imagem do dirigente norte-coreano, ao mesmo tempo que defenderam bombardeios preventivos contra as instalações nucleares do Norte.

"Eliminem Kim Jong-Un!", gritaram alguns deles.

A imprensa sul-coreana está dividida entre a ideia de endurecer a resposta internacional ou a de mudar radicalmente de estratégia ante a obstinação da Coreia do Norte.

"É necessário aplicar uma estratégia para isolar Kim Jong-Un e seu entorno, e derrubá-los", afirma o jornal conservador Chosun Ilbo

Mas para o jornal Hankyoreh, de esquerda, o quinto teste norte-coreano, oito meses depois do precedente, ilustra o fracasso da estratégia internacional de sanções.

"É preciso deixar de apostar na teoria ilusória de que a Coreia do Norte estaria perto da implosão. Precisamos de uma nova estratégia global".

O jornal estatal norte-coreano Rodong respondeu com ataques à presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, que foi chamada de "suja prostituta".

"A RPDC não mudará sua posição, apesar desta empregada dos colonos americanos e suja prostituta das forças estrangeiras Park Geun-Hye fazer este escândalo", afirma a publicação.

O comentário foi uma resposta à condenação da presidente sul-coreana, durante um encontro com o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, aos mais recentes lançamentos de mísseis balísticos de Pyongyang.

"O governo dos Estados Unidos está indignado com as fortes medidas militares que a RPDC tem adotado de forma progressiva", completa o jornal norte-coreano.

Washignton mantém 28.500 militares na Coreia do Sul. O jornal Joongang Ilbo pediu ao governo que convença os americanos a voltar a instalar armas nucleares tácticas, como as que foram retiradas da península no início dos anos 1990.

Se Pyongyang conseguir produzir uma bomba nuclear pequena o suficiente para ser transportada por um míssil, além de reforçar sua precisão, alcance e a capacidade dos vetores, o país se aproximaria de seu objetivo várias vezes anunciado: ter a capacidade de atingir alvos americanos.

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