A Anistia Internacional, a Human Rights Watch (HRW) e a União Americana para Liberdades Civis (ACLU) lançaram, nesta quarta (14), uma campanha internacional para pressionar Barack Obama a conceder o perdão ao ex-agente de Inteligência Edward Snowden, ainda que a posição da Casa Branca seja a mesma: deve voltar ao país para ser julgado.
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"Sua atitude colocou vidas americanas em perigo. Deve voltar aos Estados Unidos para responder às acusações, das quais é objeto", alegou o porta-voz da Presidência, Josh Earnest, reafirmando a posição do governo Obama desde o início do caso.
Questionado recentemente sobre um eventual perdão presidencial para o ex-agente, Earnest destacou que Snowden, atualmente refugiado na Rússia, não foi condenado e, por isso, a possibilidade não era cabível.
O principal objetivo da campanha que começa nos últimos meses do mandato de Obama é que "o presidente reflita sobre a marca que deixará na História" e possa "tomar difíceis decisões".
Uma petição on-line no site pardonsnowden.org já foi assinada por conhecidos advogados e personalidades, como o escritor Joyce Oates e o ator Martin Sheen.
"Lançaremos uma ampla campanha de assinaturas em todo o mundo para conseguir que personalidades e organizações de primeiro escalão se unam ao nosso pedido para que o presidente Obama conceda o perdão", afirmou o advogado de Snowden, Ben Wizner, que é membro da ACLU, à revista Vice Motherboard.
A AFP contatou a Anistia Internacional em Londres, que não comentou a informação.
Essa iniciativa pretende aproveitar a estreia de um filme do diretor Oliver Stone sobre Snowden, de 33 anos, que se encontra há três refugiado na Rússia. O ex-analista teme ser preso em seu país por ter vazado milhares de documentos que trouxeram à tona o sistema de vigilância mundial dos Estados Unidos.
As possibilidades de um indulto a Snowden parecem pouco prováveis. O ex-assessor da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) pode ser condenado a até 30 anos de prisão nos Estados Unidos por espionagem.
Edward Snowden "deveria retornar aos Estados Unidos para ser julgado por seus companheiros, e não se esconder atrás de um regime autoritário. Por enquanto, está fugindo das consequências de seus atos", afirmou Lisa Monaco, assessora de Obama.
O diretor-executivo da ACLU, Anthony Romero, disse hoje (14) estar convencido de que o governo pode mudar de posição com a reação da opinião pública e a assinatura em massa da petição promovidas por essas ONGs.