Uma estação espacial da China deve cair na Terra em 2017. A notícia, confirmada por autoridades chinesas, elevou preocupações sobre a possibilidade de que o país perdeu o controle do módulo de 8,5 toneladas, o que deixaria dúvidas sobre o local exato onde a estação espacial cairia no planeta.
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A Tiangong-1, que pode ser traduzida como "Palácio Celestial", foi lançada em setembro de 2011 e teve sua operação encerrada em março deste ano, quando "cumpriu a sua missão histórica", de acordo com a vice-diretora do escritório de engenharia espacial da China, Wu Ping, em uma declaração para a agência de de notícias Xinhua. O lançamento do módulo fez parte de um plano para tornar a China uma potência na ciência espacial.
"Baseado em nossos cálculos e análises, grande parte da estação espacial deve queimar durante a queda", afirmou Ping, acrescentando que a queda dificilmente iria afetar atividades da aviação ou causar danos no solo. Autoridades da China ainda afirmaram que o módulo deve reentrar na atmosfera terrestre no segundo semestre de 2017.
Em entrevista ao The Guardian, Jonathan McDowell, um renomado astrofísico da Universidade de Harvard, afirmou que o anúncio sugere que a China perdeu o controle da estação, o que tornaria impossível prever onde os destroços da estação despencariam.
"Você não consegue orientar esse tipo de coisa. Provavelmente só descobriríamos o local exato em torno de seis a sete horas antes da queda. Não saber quando isso irá cair significa não saber onde isso vai cair", afirmou o astrofísico.
Mesmo com boa parte do módulo derretendo conforme se aproxima da Terra, McDowell afirmou que algumas partes, como o motor, são tão densas que não iriam derreter completamente. "Ainda vão haver detritos com cerca de 100kg, o suficiente para te dar uma pancada bem feia se aquilo bater em você. Então, existe uma chance disso trazer algum dano. Pode destruir o carro de alguém, acertar o teto de alguma casa, mas não irá trazer um risco muito difundido", completou.
As autoridades chinesas afirmaram que irão continuar monitorando Tiangon-1 e que, caso seja necessário, atualizariam com novas informações a possibilidade de uma colisão com os destroços da estação.