PROTESTO

Estados Unidos: Charlotte mobiliza Guarda Nacional para conter violência

A Guarda Nacional agia nessa quinta-feira (22) em Charlotte para conter manifestantes que protestam contra a morte de um homem negro baleado pela polícia

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Publicado em 23/09/2016 às 7:01
Foto: NICHOLAS KAMM / AFP
A Guarda Nacional agia nessa quinta-feira (22) em Charlotte para conter manifestantes que protestam contra a morte de um homem negro baleado pela polícia - FOTO: Foto: NICHOLAS KAMM / AFP
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A Guarda Nacional agia nessa quinta-feira (22) em Charlotte para conter manifestantes que protestam contra a morte de um homem negro baleado pela polícia, enquanto vigora o toque de recolher nesta cidade da Carolina do Norte.

As forças de segurança lançaram bombas de gás lacrimogêneo e utilizaram balas de borracha para dispersar manifestantes que bloqueavam uma das principais avenidas da cidade durante a noite, constatou a AFP.

Centenas de manifestantes caminhavam pelo centro da cidade, carregando cartazes com frases como "Deixem de nos matar" e "A resistência é bela", quando foram reprimidos pelas forças da ordem, na altura do hotel Omni.

O chefe da polícia de Charlotte, Kerr Putney, havia informado que "agora temos os recursos que nos permitem proteger a infraestrutura e ser mais eficientes" diante dos protestos. 

A prefeita Jennifer Roberts e a polícia local "decretaram um toque de recolher para toda a cidade a partir da meia-noite de 22 de setembro até às 06H00 da manhã".

O governador da Carolina do Norte declarou estado de emergência em Charlotte na quarta-feira à noite, após a segunda noite de confrontos provocados pela morte de Keith Lamont Scott, de 43 anos, em uma ação da polícia.

"Declarei estado de emergência e iniciei esforços para enviar a Guarda Nacional e a Patrulha Rodoviária para ajudar a polícia local em Charlotte", escreveu o governador Pat McCrory no Twitter.

"Não podemos tolerar a violência. Não podemos tolerar a destruição de propriedades e não toleraremos os ataques contra nossos policiais que acontecem neste momento", afirmou o governador ao canal CNN.

Putney informou que 44 pessoas foram detidas na noite de quarta-feira após estes incidentes.

"Realizamos 44 detenções", declarou em uma coletiva de imprensa, prometendo aumentar a segurança na cidade.

CONFRONTO ENTRE POLICIAIS E MANIFESTANTES EM CHARLOTTE

A violência voltou a explodir na quarta-feira, pela segunda noite consecutiva, na cidade de Charlotte, com confrontos entre policiais e manifestantes.

Um manifestante ficou gravemente ferido depois de ser atingido por um tiro e respira com a ajuda de aparelhos após um confronto "entre civis", anunciou a prefeitura, segundo a qual a polícia "não abriu fogo".

Tudo começou com uma manifestação pacífica contra os abusos policiais, mas que terminou com atos de violência.

Alguns manifestantes quebraram vidraças e outros jogaram objetos nos agentes. Os policiais do Batalhão de Choque usaram gás lacrimogêneo na frente do Hotel Omni Charlotte para tentar dispersar centenas de pessoas, que tomaram as ruas no centro dessa cidade do sudeste dos Estados Unidos.

Os manifestantes estão convencidos de que Keith Lamont Scott, morto por um policial na terça-feira, foi vítima de um erro flagrante.

Segundo a polícia, Scott foi morto pelo agente Brentley Vinson porque se negava a abaixar uma arma de fogo. A família da vítima afirma que a vítima carregava apenas um livro.

"A história da arma é uma mentira", afirmou à AFP Taheshia Williams, que tem uma filha que estuda na mesma escola que um dos filhos de Scott.

"Tiraram o livro e substituíram por uma arma. Este homem esperava sentado aqui todos os dias que o filho descesse do ônibus", completou.

A morte de Scott, após atos similares em outras cidades americanas nos últimos dois anos, provocou manifestações na terça-feira. 

Os protestos terminaram com 16 policiais feridos, segundo as forças de segurança. Muitos civis também ficaram feridos, de acordo com a imprensa.      

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