Atualmente suspenso, o programa de combate às mudanças climáticas do presidente americano, Barack Obama, terá seu futuro decidido na Justiça nesta terça-feira (27) em Washington, durante uma audiência extraordinária.
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Para Obama, trata-se da sobrevivência de seu plano principal na luta contra os gases do efeito estufa, que espera mostrar como um exemplo de sua gestão ao fim de dois mandatos na Casa Branca.
Em 9 de fevereiro, a Suprema Corte bloqueou a aplicação do "Clean Power Plan", um projeto para o uso de energia limpa, lançando dúvidas sobre o Acordo Internacional de Paris COP21 assinado em dezembro de 2015 e suscitando preocupações em nível global.
Os noves juízes do máximo tribunal americano não se pronunciaram sobre as questões de fundo, deixando essa tarefa para a Corte federal de apelações de Washington, que nesta terça-feira tratará o assunto.
Para essa audiência extraordinária, importantes juízes americanos foram convocados.
No total, dez juízes escutarão os argumentos de vários advogados que farão uma síntese do que os Estados Unidos oferecem nas relações entre a política, o judicial e os poderosos grupos de interesse que pressionam o Capitólio.
Milhões de dólares estão em jogo, e a decisão final recairá no tipo de eletricidade que os lares americanos receberão no século XXI, ameaçado pelas mudanças climáticas.
De um lado, estão os opositores ao Clean Power Plan (CPP): 27 estados majoritariamente republicanos, empresas que exploram carvão e os fornecedores de eletricidade, assim como uma longa lista de congressistas republicanos.
Juntos enfrentam o plano de Obama, elaborado pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente (EPA, em inglês), que impõe às centrais térmicas uma redução de 32% de suas emissões de CO2 até 2030, em relação a 2005.
Uma briga difícil
Os críticos do CPP e da EPA afirmam que as exigências ambientais do governo são muito caras, em termos financeiros e de emprego, para suas regiões habituadas a viver da produção e do consumo de combustíveis fósseis.
Também acusam a administração federal de abusar de suas faculdades ao sustentar que a produção e distribuição de energias são assunto dos estados e não de Washington.
Do outro lado está o governo democrata, apoiado por pouco mais de uma dúzia de grandes estados e por diversas organizações defensoras do meio ambiente.
A disputa se apresenta intensa, com um resultado difícil de prever. Entre os dez juízes que se reúnem nesta terça-feira, seis foram nomeados pelos democratas e quatro pelos republicanos, mas obviamente eles poderão votar independente do partido os designou.