O furacão Matthew provocou pelo menos 264 mortos no Haiti, o país mais pobre das Américas, cuja região sudoeste foi devastada pelo furacão que agora se aproxima dos Estados Unidos - anunciou a Rádio Televisión del Caribe, nesta quinta-feira (6).
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O acesso às zonas mais afetadas continua sendo difícil e dificulta a avaliação do número exato de vítimas. Mais cedo, o ministro haitiano do Interior, François Anick Joseph, informou que o número de mortos chegava a pelo menos 108.
Só no município de Roche-à-Bateau, no sul do país, houve "ao menos 50 mortos", informou por telefone à AFP o deputado do departamento do sul Ostin Pierre-Louis.
Em Jérémie, capital do departamento meridional de Grande Anse, de 30.000 habitantes, 80% das construções foram arrasadas na passagem do furacão, reportou a ONG Care em sua conta no Twitter.
O vento e as chuvas inundaram cerca de 2.000 casas, danificaram 10 escolas, destruíram importantes áreas agrícolas, empresas, estradas e pontes. Mais de 21.000 pessoas foram evacuadas e instaladas em refúgios provisórios.
O Haiti, muito vulnerável às intempéries devido a um grande desmatamento, tenta se recuperar do terremoto de 2010 que deixou mais de 200.000 mortos no país mais pobre do Caribe. Agora teme que reapareça a epidemia de cólera, considerando que já foram registrados oito novos casos.
As eleições presidenciais no país, previstas para domingo (9), foram adiadas na quarta-feira (5) diante da situação deixada pelo furacão.
Anteriormente, Matthew já havia atingido o extremo leste de Cuba, onde os municípios Baracoa, Imías, Maisí e San Antonio del Sur da província de Guantánamo estavam isolados e bastante destruídos, porém ainda não há informações sobre vítimas.
E, em plena temporada de furacões, a tempestade tropical Nicole se transformou nesta quinta-feira em furacão ao sul das ilhas Bermudas.
Bahamas sem eletricidade
O governador Rick Scott, da Flórida, um estado acostumado a tempestades tropicais, urgiu ao seus concidadãos que não esperem até o último minuto para pegarem a estrada, evitando assim ficarem em engarramentos ou sem gasolina.
Os candidatos à Presidência Hillary Clinton e Donald Trump também solicitaram aos cidadãos que evacuem as zonas de perigo, mas alguns habitantes desafiam essas recomendações.
Judy Ruscino, de 74 anos, explicou que ela e seu marido se refugiaram na garagem de sua casa no litoral. "Comparamos comida e a porta da garagem está protegida contra as tempestades", assegurou.
Segundo as autoridades aeroportuárias, 90% dos voos previstos para esta quinta-feira em Miami foram cancelados.
A força devastadora de Matthew continuava golpeando o arquipélago das Bahamas, onde os aeroportos foram fechados e os cruzeiros turísticos foram desviados.
Várias pessoas que não seguiram as instruções de evacuação emitidas nos últimos dias ficaram presas em suas casas devido ao aumento do nível da água, e todo o arquipélago ficou sem eletricidade.
Na ilha de New Providence, onde se situa Nassau, alguns habitantes relataram como os fortes ventos arrancaram os tetos de suas casas. Além disso, as estradas estavam cobertas de árvores caídas.
As autoridades pediram aos bahamenses que não saíssem de suas casas.