As autoridades de Gana anunciaram que pretendem transferir uma estátua de Mahatma Gandhi, que a Índia deu de presente à universidade de Acra há alguns meses, após uma petição que denuncia o racismo do líder da independência indiana.
A estátua foi inaugurada em junho no campus universitário pelo presidente indiano, Pranab Mukherjee, como símbolo da aproximação entre os dois países.
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Mas em setembro um grupo de professores lançou uma petição para solicitar sua retirada devido ao caráter racista de Gandhi, exigindo que a universidade dê prioridade a personalidades africanas.
"Mais vale se erguer por nossa dignidade que se prostrar diante da vontade de uma superpotência euroasiática", afirma o texto da petição, que cita Gandhi dizendo que os indianos eram "infinitamente superiores" aos africanos.
O ministério das Relações Exteriores ganense indicou que acompanha o assunto com uma profunda preocupação e destacou sua intenção de "transferir a estátua para garantir sua integridade e evitar polêmicas".
"Gandhi era humano e pode ter tido seus defeitos, mas devemos lembrar que as pessoas mudam" e que Índia e Gana "foram campeões na luta pela libertação dos povos oprimidos em todo o mundo", acrescentou o ministério.
Resistência
Há vários meses, surgiu em várias universidades africanas um movimento contra a presença de estátuas que façam alusão a um passado colonial.
A universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, realizou uma forte campanha para a retirada de seu campus de uma estátua de Cecil Rhodes, um magnata das minas notoriamente racista, morto em 1902.