Mais de 107 mil pessoas deixaram a Itália para morar no exterior no último ano, revelou o estudo "Italianos no Mundo 2016", realizado pela Fundação Migrantes. O número mostrou que 39.410 italianos que saíram do país são jovens entre 18 e 34 anos. As informações são da Agência Ansa.
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"Os jovens têm uma mobilidade itinerante, que pode mudar continuamente porque não se baseia em um projeto migratório já determinado, mas é contínuo e baseado sempre em novas oportunidades encontradas", informa o documento.
Ao todo, até o dia 31 de dezembro de 2015, pouco mais de 4,8 milhões de italianos estavam registrados em outros países, com um crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior. Outro dado interessante é que, entre 2006 e 2016, a mobilidade entre os italianos aumentou 54,9%.
O relatório aponta que o incremento em valores absolutos atingiu todos os continentes e todos os países, sobretudo, aqueles que acolhem as mais numerosas comunidades de italianos, como Argentina, Alemanha e Suíça. Todavia, as variações mais significativas dos últimos 11 anos atingiram a Espanha, que registrou um aumento de 155,2%, e o Brasil, com alta de 151,2% no número de italianos residentes.
O levantamento mostrou ainda que mais da metade dos cidadãos que moram no exterior estão em outros países da Europa (53,8%), enquanto 40,6% buscam as Américas. Já 50,8% dos italianos que deixam a Itália são de cidades do sul do país e 48,1% são mulheres.
Chegada de migrantes
Nas últimas 48 horas, a Central de Operações da Guarda Costeira de Roma coordenou 78 diferentes ações que salvaram quase 11 mil imigrantes em embarcações ilegais no Mar Mediterrâneo.
Somente nessa quarta-feira (5), 33 operações salvaram mais de 4,6 mil pessoas. Porém, o drama das mortes durante as travessias continua, com o resgate de 28 corpos que estavam nos barcos que tentavam chegar à Itália pelo Canal da Sicília. Os mortos se somam a mais dez vítimas resgatadas domingo (2) e segunda-feira (3) no mesmo local.
Milhares de pessoas estão sendo transportadas tanto por navios da Guarda Costeira e da operação europeia Frontex, quanto em embarcações comerciais que estão próximas dos locais de resgate. Assim que conseguem subir a bordo de barcos mais seguros, os imigrantes são levados aos portos italianos que fazem a identificação das pessoas e as encaminham para centros de acolhimento geridos por diversas entidades locais e internacionais.
Em um desses salvamentos, o Corpo de Socorro italiano precisou fazer três partos emergenciais nos próprios navios. Desde o início da crise migratória, há cerca de quatro anos, milhares de mulheres, crianças e adolescentes tentam uma vida melhor na Europa fugindo de guerras, da fome e de conflitos civis.
De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações, mais de 302,9 mil pessoas chegaram à Europa pela travessia do Mar Mediterrâneo. Além disso, 3,5 mil perderam a vida durante a navegação - mais de 3 mil nas rotas que levam às ilhas do Sul italiano.