O presidente da Câmara baixa do Congresso dos Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, expressou nessa segunda-feira (17) sua intenção de manter de pé o embargo comercial a Cuba, denunciando os passos de Barack Obama para reduzir as sanções à ilha.
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"Enquanto os dois últimos anos de normalização de relações só têm encorajado o regime às custas do povo cubano, tenho toda a intenção de manter o embargo a Cuba", disse Ryan, segundo uma nota publicada no Twitter.
Ryan, líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, criticou o governo do presidente Raúl Castro, denunciando a prisão de ativistas pró-democracia "a uma taxa de centenas por mês".
"E ainda assim os esforços da administração Obama para apaziguar este regime opressivo continuam a pleno vapor", apontou.
Na sexta-feira, o Departamento do Tesouro anunciou uma redução das sanções e restrições comerciais a Cuba, enquanto Obama formalizou a normalização das relações com a ilha como uma política oficial americana.
Em uma Diretriz Presidencial, o presidente democrata definiu que com isso se propõe a fazer que a aproximação com a ilha "seja irreversível", o que foi recebido pela alta diplomata cubana Josefina Vidal como "um passo significativo no processo para a suspensão do bloqueio".
As medidas do Tesouro abarcam a autorização de licenças para importar determinados produtos farmacêuticos de origem cubana, a retirada de limites de importação de Cuba a viajantes americanos.
Mas Ryan, um opositor sem trégua para as políticas da Casa Branca, lamenta as mudanças.
"O último movimento do presidente Obama só ajudará a financiar o controle dos Castro no poder e pôr em risco a propriedade intelectual das companhias americanas", afirmou Ryan.
Washington e Havana, antigos inimigos da Guerra Fria, formalizaram relações diplomáticas em meados de 2015.
A normalização completa das relações com Cuba depende, do lado americano, do complexo emaranhado legal que define o embargo econômico, político, diplomático e comercial à ilha, nas mãos do Congresso.
O partido Republicano, que controla também o Senado, se opõe à suspensão do embargo.
Os republicanos esperam manter seu domínio da Câmara de Representantes nos comícios gerais de 8 de novembro, mas enfrentam uma dura ameaça dos democratas no Senado.