O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou nesta quinta-feira a oposição de criar falsas expectativas sobre o diálogo iniciado com seu governo sob os auspícios do Vaticano, e de buscar desculpas para abandonar a mesa.
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"Alerto a todos, especialmente aos seguidores da oposição: estão mentindo mais uma vez", disse Maduro em mensagem à Nação a partir do Palácio de Miraflores.
O presidente negou que o dia 11 de novembro, quando os negociadores voltarão a se reunir, seja o prazo final para o atendimento das exigências da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que propõe antecipar as eleições para o primeiro trimestre de 2017.
O mandato de Maduro termina em janeiro de 2019.
"É mentira que em dez, onze dias acaba o diálogo caso não se atenda ou aprove tudo o que diz um porta-voz da oposição. Não pode ser, sabem que isto não é assim, este não é o acordo, não é a metodologia, não é o que está se discutindo nas mesas" temáticas.
Oposição
A MUD fixa para 11 de novembro o prazo para que o governo apresente posições concretas visando superar a crise política.
"Não pode haver ultimato. Ninguém pode fazer ultimato, tudo tem seu tempo", afirmou Maduro, para quem a prioridade da mesa é resolver a crise econômica.
Para a MUD o objetivo central da negociação é a "solução eleitoral", mediante a reativação do processo de referendo revogatório do mandato de Maduro - suspenso há duas semanas - ou a antecipação de eleições.
"Agora estão buscando razões e desculpas para dizer que não negociamos", declarou Maduro, antes de afirmar que "eles jamais voltarão ao Miraflores, nem por bem nem por mal".