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Onda conservadora não é exclusividade dos Estados Unidos

Países da Europa já atravessam ideias de extrema direita, que podem chegar ao Brasil em 2018

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 10/11/2016 às 6:58
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Países da Europa já atravessam ideias de extrema direita, que podem chegar ao Brasil em 2018 - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook
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A eleição de Donald Trump, 70 anos, provocou um terremoto. Sem experiência política, o bilionário republicano prometeu "tornar a América grande novamente”, apostando no medo dos americanos brancos num mundo em mutação (imigração, refugiados, livre comércio...). Durante a campanha, insultou mulheres, muçulmanos, hispânicos e alienou os negros. A conquista de Trump nos Estados Unidos representa uma onda populista se espalha pelo mundo e já chegou a países como Filipinas, Polônia e Hungria, além da vitória do Brexit no Reino Unido e do crescimento eleitoral da direita na Alemanha, Áustria e na França.

Os britânicos votaram em um referendo em favor do Brexit, um resultado surpreendente que até Donald Trump se referiu, prometendo pouco antes de ser eleito, um “Brexit de potência três”. Na Hungria, o primeiro-ministro soberanista Viktor Orban, presidente do Fidesz (conservador), no poder desde 2010, impulsionou sua campanha com acentos xenófobos contra a imigração não-europeia. Na Polônia, o partido conservador e eurocético Direito e Justiça (PiS) retornou ao poder no final de 2015. Seu líder Jaroslaw Kaczynski advertiu contra os “parasitas” dos refugiados. 

Na Alemanha, a Alternativa para a Alemanha (AFD, direita populista) vem acumulando sucessos eleitorais, incluindo a entrada no parlamento local em Berlim. Na França, a Frente Nacional (FN, extrema direita) também registrou vitórias eleitorais desde 2012 e sua presidente, Marine Le Pen, deve estar presente no segundo turno da eleição presidencial em abril.

ANÁLISE

Para o professor de direito internacional da Mackenzie Rio, Eduardo Manuel Val, o fenômeno conservador não é apenas norte-americano. “Isso tem a ver com esse universo de questões econômicas, foi a que potencializou e, de alguma forma, legitimou o discurso agressivo do Trump contra os direitos humanos e contra os imigrantes especificamente”, avalia.

O cientista político Thales Castro afirma que a onda conservadora que vem da Europa e chegou aos EUA tem um efeito cascata que poderá atingir o Brasil em 2018. “(A onda) deve privilegiar esse discurso da direita, em parte porque a esquerda, em determinados países, não conseguiu atingir as suas tão grandiosas promessas. E quando não se atinge promessas para seus eleitores, se gera uma frustração coletiva e os eleitores são potenciais alvos vulneráveis para esses discursos oportunistas de nova pendulação para direita”, analisa.

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