O governo da Bolívia decretou nesta segunda-feira (21) "situação de emergência" devido à seca que atinge o país, a pior nos últimos 25 anos, que provocou interrupções no abastecimento de água em sete das dez principais cidades do país.
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"Aprovamos um decreto no gabinete de ministros" para "declarar situação de emergência nacional, devido à presença de seca e de déficit hídrico em diferentes regiões do país", afirmou o presidente boliviano, Evo Morales, após a reunião na sede do governo.
O decreto permitirá ao poder Executivo, aos governos regionais e às prefeituras "a mobilização de recursos econômicos para atender a um direito humano, que é a água", disse Morales.
O presidente avaliou, junto aos seus colaboradores, a escassez e o racionamento de água nas cidades de La Paz, na vizinha El Alto, em Cochabamba (centro), Sucre (sudeste), Tarija (sul), Oruro (oeste) e Potosí (sudoeste).
Racionamento de água na Bolívia
Em La Paz, sede dos poderes Executivo e Legislativo, o racionamento de água afeta cerca de 340.000 pessoas, quase a metade dos 800.000 habitantes da cidade, há mais de duas semanas.
A empresa estatal de água Epsas informou que as interrupções no abastecimento serão ampliadas para outras zonas da cidade, e o tempo de distribuição será reduzido para três horas a cada três dias.
Alguns bairros estão sendo abastecidos apenas com caminhões-pipa facilitados pela Epsas e pela prefeitura de La Paz.
A escassez de água gerou nos últimos dias protestos nas ruas de La Paz, bloqueios de vias em Cochabamba e ameaças de confrontos entre camponeses e mineiros pelo uso de aquíferos em Potosí.