Duas semanas depois de ter sido eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump está se recusando a repetir a promessa, feita na campanha eleitoral, de abandonar o acordo internacional sobre o clima alcançado no ano passado em Paris. Em vez de repetir que vai abandonar o acordo, ele disse que tem a "mente aberta" para estudar o assunto. Disse também que o ar limpo e "água cristalina" são de vital importância para o mundo.
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O acordo de Paris foi assinado por mais de 200 países em dezembro de 2015 com o objetivo de reduzir os gases de efeito estufa e assegurar que o aumento da temperatura média global se mantenha em menos de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. O acordo de Paris também pede que as nações façam um esforço para manter essa elevação da temperatura a 1,5 grau Celsius.
A entrevista de Donald Trump foi dada nesta terça-feira (22) a jornalistas e editores do jornal New York Times.
Na entrevista, ele abandonou outras promessas de campanha. Uma delas é que iria processar sua oponente do Partido Democrata, Hillary Clinton, pelo uso de documentos oficiais no e-mail privado da ex-candidata. E ele disse também que não tem mais certeza se torturar suspeitos de terrorismo é uma boa idéia, como havia dito na campanha.
Trump quer se distanciar da extrema-direta
Donald Trump também procurou se distanciar das ideias de pequeno movimento de extrema-direita que atende pelo nome de Alt Right (direita alternativa). Esse grupo, conhecido por ter um discurso racista e anti-semita, comemorou a vitória de Donald Trump nas eleições. Sobre esse grupo, Trump disse o seguinte: "Eu não quero energizar o grupo, e eu rejeito o grupo".
O presidente eleito afastou também a necessidade de se desembaraçar de sua participação em empresas imobiliárias, apesar dos crescentes questionamentos da imprensa sobre como os negócios globais podem afetar a tomada de decisão do novo presidente como o principal executivo da nação.
Apesar de Trump ter voltado atrás em várias promessas de campanha, a imprensa dos Estados Unidos se mantém cética quanto à opinião do presidente eleito. Segundo o jornal The Washington Post, o presidente eleito tem um histórico de "fazer declarações inconsistentes com as anteriores, o que significa que é incerto se qualquer das posições que ele passou a defender nessa terça-feira" tenha continuidade no futuro.