Em entrevista neste domingo (11), o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pôs em dúvida se Washington manterá a política de "China única", a menos que Pequim faça concessões em matéria de comércio, entre outras áreas.
"Não quero que a China me diga o que tenho que fazer", disse Trump, defendendo com veemência sua recente conversa por telefone com a presidente de Taiwan.
"Não entendo por que temos que estar atados a essa política, a menos que consigamos um acordo com a China sobre outros temas, incluindo o comércio", acrescentou, na entrevista à rede Fox News.
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Trump respondeu, assim, à pergunta sobre sua conversa, há poucos dias, com a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen. O polêmico telefonema rompeu com 40 anos de tradição diplomática americana, que reconhece Pequim como único representante da China.
Trump disse que lhe avisaram apenas algumas horas antes sobre o telefonema, e não semanas, ou mais, como foi publicado pelos jornais.
Além disso, alegou o republicano, teria sido "falta de educação" não receber a ligação de Tsai. Segundo ele, a presidente queria apenas felicitá-lo pela vitória eleitoral.
"Foi um telefonema muito lindo. Breve. E por que outra nação poderia alegar que eu não posso atender a uma chamada?", questionou Trump.
O magnata afirmou que a China tampouco coopera com os Estados Unidos em outros âmbitos, como o monetário, no caso da Coreia do Norte, do armamento nuclear e das tensões no mar da China, onde esse país - completou ele - está construindo uma "grande fortaleza".
Sobre o tema da proliferação de armas nucleares, Trump argumentou que, na qualidade de principal sócio da Coreia do Norte, a China "poderia resolver esse problema".