O Exército sírio paralisou suas operações em Aleppo, com o objetivo de permitir que combatentes opositores e suas famílias deixem a cidade - afirmou o embaixador russo na ONU, nesta terça-feira (13).
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Os rebeldes "começaram a ir embora e, depois disso, cessaram as operações militares", declarou aos jornalistas o embaixador russo na organização, Vitaly Churkin.
"O resultado é - se tudo estiver bem - que isso significa que os combates no leste de Aleppo acabaram".
Mas jornalistas da AFP no bairro em poder das forças do regime onde deveria ocorrer a evacuação não observaram qualquer movimento até às 22H00 local (18H00 Brasília).
Numerosos ônibus destinados à evacuação permaneciam estacionados na zona do bairro de Salahadin.
Diante do Conselho de Segurança, o embaixador russo informou que "os combatentes e os membros de suas famílias, assim como os feridos, passam atualmente por corredores em direção aos locais que escolheram, entre eles Idleb".
O acordo sobre esta evacuação, "concluído há algumas horas, está sendo aplicado (...) e as pessoas partem", afirmou Churkin. "Na última hora cessaram as atividades militares em Aleppo oriental".
A Turquia confirmou a conclusão do "acordo de cessar-fogo" para permitir a "evacuação de rebeldes e civis".
"Podemos afirmar que há um cessar-fogo na cidade após discussões entre o Exército russo e a oposição no leste de Aleppo", declarou Huseyin Muftuoglu, porta-voz do ministério turco das Relações Exteriores.
Um responsável do governo turco precisou que "civis e rebeldes moderados com armas leves puderam se retirar em segurança para Idleb", a uma dezena de quilômetros a oeste de Aleppo.
O governo americano pediu o envio de observadores internacionais a Aleppo para supervisionar a retirada dos civis, após informes de que as forças do governo sírio teriam cometido execuções nas batidas casa a casa.
Em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, a embaixadora americana na ONU, Samantha Power, disse que os observadores "supervisionariam a evacuação segura das pessoas que quiserem ir embora, mas que, justificadamente, temem ser abatidos na rua ou enviados para alguns dos 'gulags' de Assad".
A ONU manifestou grande preocupação com os informes, segundo os quais pelo menos 82 pessoas, entre elas 11 mulheres e 13 crianças, foram assassinadas em quatro bairros de Aleppo.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigiu de Damasco e de seus aliados Rússia e Irã "permitam urgentemente aos civis que restam sair da área urbana", assim como o fornecimento de ajuda aos civis na cidade.
A Síria rejeitou que funcionários da ONU em Aleppo pudessem supervisionar as operações de suas forças, mas Ban denunciou que milhares de civis estavam em perigo.