A Comissão Europeia afirmou, nesta sexta-feira (1º), estar disposta a analisar uma solicitação de ajuda de Budapeste para financiar a proteção de suas fronteiras, mas ressaltou que a solidariedade europeia diante da crise migratória não é "à la carte".
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A Hungria pediu a Bruxelas o pagamento de metade dos 800 milhões de euros que assegura ter gasto para proteger a fronteira externa da UE, incluindo por meio da construção de uma barreira, umas da polêmicas medidas da política migratória do primeiro-ministro Viktor Orban.
O governo húngaro considera que se trata de uma questão de "solidariedade europeia" e destacou que outros países receberam apoio financeiro.
A Comissão Europeia respondeu que Budapeste já contou com a ajuda da UE em suas fronteiras no contexto da crise migratória.
"Se a Hungria pede um apoio adicional, a Comissão está disposta a analisar rapidamente a solicitação", declarou uma porta-voz, pontualizando, porém, que "não devemos esquecer que a solidariedade é uma via de mão dupla" e "que não é um prato servido à la carte".
Abertamente hostil às políticas migratórias da UE, Orban mandou construir uma barreira na fronteira húngaro-sérvia em 2015 e outra em grande parte da fronteira húngaro-croata, ambas no sul do país, com o objetivo de conter o fluxo de imigrantes.
Em 2017, Budapeste concluiu a construção de uma segunda cerca em seu fronteira sérvia, paralela a um alambrado precedente, com câmeras térmicas e sistemas de alarme, medidas muito criticadas por representantes da UE e organizações de defesa dos direitos Humanos.