Stephen Bannon, ex-estrategista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu desculpas neste domingo por declarações publicadas em um livro polêmico em que critica o filho mais velho do chefe de Estado, Donald Trump Jr., por sua atuação na campanha eleitoral de 2016.
Bannon, antigo conselheiro de Trump, foi demitido da Casa Branca no verão boreal de 2017. Ele iniciou um incêndio na semana passada, com a divulgação de trechos de um livro do jornalista Michael Wolff em que diz que Donald Trump Jr. cometeu "traição" e um "ato antipatriótico" ao se reunir com uma advogada russa durante a campanha.
Esta reunião é chave na investigação que o promotor Robert Mueller realiza sobre um eventual conluio entre a equipe de campanha do magnata republicano e a Rússia nas eleições de novembro de 2016.
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"Lamento que o atraso da minha resposta às informações inexatas sobre Don Jr. tenha desviado a atenção das conquistas históricas do presidente em seu primeiro ano de mandato", escreveu Bannon em um comunicado enviado ao site Axios.
"Donald Trump Jr. é um patriota e um bom homem", afirmou. "Defendeu sem descanso seu pai e o programa que ajudou a transformar nosso país", assinalou.
Bannon explica no comunicado que suas declarações sobre o encontro foram influenciadas pelo fato de ele ter servido décadas atrás como oficial na Marinha americana, em um destróier encarregado de caçar submarinos soviéticos durante a Guerra Fria.
Naquela época, assinalou, o objetivo dos Estados Unidos era "destruir o Império do Mal" que representava a União Soviética.
O alvo era outro
Suas críticas, explica, tinham como alvo o advogado Paul Manafort, chefe de campanha de Trump acusado no caso russo.
"Com sua experiência e seus conhecimentos sobre a forma de operar dos russos, Manafort deveria saber que são hipócritas, astutos, e que não são nossos amigos", escreveu Bannon, reforçando que suas declarações "não foram direcionadas a Don Jr.".
Os comentários de Bannon no livro, divulgados na última sexta-feira, irritaram o presidente, que acusou o ex-assessor de ter perdido a razão. Desde então, Trump não deixou de criticar o livro e seu autor, e de chamar Bannon de "desastroso Steve".