Vários casais participaram de um "beijaço" nesta terça-feira (6) em frente aos tribunais de Buenos Aires para protestar contra a ação interposta a uma mulher brevemente detida no ano passado, em um caso que as ativistas denunciaram como homofobia.
Mariana Gómez e sua esposa, Rocío Girat, denunciaram ter sido vítimas de homofobia e que a detenção ocorreu porque se abraçaram e beijaram em público.
Gómez foi detida e acusada de desacato à autoridade em outubro, quando estava com Girat na saída de uma estação de metrô.
As mulheres sustentam que um agente policial apreendeu Gómez com o argumento de que fumava em um espaço não autorizado, mas que, na realidade, foi uma represália por terem se beijado em público.
"Sim, estávamos nos abraçando. É a primeira vez que prendem uma pessoa por fumar. Em todo caso, isso é uma infração que se pune com multa", disse Girat à AFP.
"Estávamos nos despedindo porque íamos trabalhar", declarou Gómez.
Girat assinalou que sua parceira "ficou algemada por três horas. Eu já tinha a certidão de casamento e mostrei. Mas o policial escreveu na planilha que era solteira, com o que fica claro que houve homofobia".
No protesto em frente aos tribunais, as duas jovens estiveram acompanhadas por seu advogado e dezenas de ativistas com cartazes e bandeiras.
"Falavam como se fossemos amigas, quando estávamos casadas. Vamos apresentar a apelação", enfatizou Girat.
Gómez e Girat se casaram há dois anos.
A Argentina foi o primeiro país da América Latina a aprovar o casamento igualitário, em 2010.
O casamento igualitário também é legal em Brasil e Uruguai (2013), Colômbia (2016), e em uma parte do México (2009 em diante).
No início deste ano, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em San José, ditou uma sentença em que pede aos países do continente que reconheçam o casamento homossexual com plenos direitos.