O exército israelense anunciou que atacou 25 novas posições militares do Hamas na Faixa de Gaza, em meio a informações contraditórias sobre um cessar-fogo.
Um dirigente do Hamas confirmou as declarações da Jihad Islâmica, outro movimento palestino, sobre um acordo trégua, aparentemente com a mediação do Egito. O ministro israelense da Inteligência, Yisrael Katz, negou a existência de tal acordo.
Os bombardeios israelenses paralisaram a Faixa de Gaza, ao menos provisoriamente. O exército não fez nenhuma advertência de Gaza nas últimas horas, após uma série de disparos de morteiros na véspera.
A Faixa de Gaza, cercada por Israel, Egito e o Mediterrâneo, e as zonas fronteiriças israelenses registraram na terça-feira o confronto mais grave entre as forças do Estado hebreu e os grupos armados palestinos desde a guerra de 2014.
Israel afirmou que atingiu com sua aviação e sua artilharia dezenas de posições do Hamas, que governa o território, e da Jihad Islâmica, segunda força em Gaza.
Israel já protagonizou três guerras na Faixa de Gaza com o Hamas, a Jihad Islâmica e outros grupos armados palestinos.
Cessar-fogo ou não
Os braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica reivindicaram o lançamento de dezenas de projéteis contra Israel na terça-feira, em reposta, segundo os movimentos palestinos, a ataques do exército israelense contra suas posições.
Um dos ataques matou três integrantes da Jihad Islâmica no domingo.
De acordo com o exército, mais de 70 foguetes e obuses de morteiro foram lançados da Faixa de Gaza contra Israel, mas vários foram detidos pelos sistemas de defesa aérea. Três soldados israelenses ficaram levemente feridos e não houve vítimas palestinas.
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Apesar do anúncio de um acordo de cessar-fogo pela Jihad Islâmica, o exército israelense anunciou que bombardeou durante a noite 25 objetivos militares vinculados ao Hamas, incluindo fábricas de foguetes, refúgios de drones e "infraestruturas militares".
A Jihad Islâmica anunciou na terça-feira à noite um acordo de cessar-fogo entre os movimentos palestinos - incluindo o Hamas - e Israel, com a mediação do Egito, histórico intermediário entre as duas partes.
O Egito, que já foi a potência dominante em Gaza, é um dos dois únicos países árabes a manter relações com Israel.
Khalil al-Hayya, auxiliar do líder do Hamas na Faixa de Gaza, confirmou nesta quarta-feira que uma trégua foi alcançada "graças a um determinado número de mediadores".
Yisrael Katz, ministro israelense da Inteligência, negou o acordo.
"Israel não deseja que a situação se deteriore, mas quem desencadeou a violência deve encerrá-la. Israel fará pagar (o Hamas) pelos disparos contra Israel", afirmou.
A escalada de terça-feira, após semanas de violência na fronteira entre Israel e Gaza, ressuscitou o fantasma de um novo conflito no território, cenário de três guerras desde 2008.
Israel e Hamas, com seus aliados, observam desde 2014 um cessar-fogo que é desafiado regularmente.
Nem Israel nem um enfraquecido e isolado Hamas teriam interesse em uma escalada. Mas diplomatas e analistas afirmam que o isolamento de Gaza pelo bloqueio israelense e egípcio, a crise econômica e a ausência de um horizonte político desestabilizam a situação.
O governo dos Estados Unidos, aliado de Israel, denunciou os disparos palestinos "contra instalações civis" e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira.
As autoridades palestinas anunciaram a morte de um palestino ferido nas manifestações da sexta-feira passada na fronteira de Gaza com Israel.
Desde o início das manifestações pelo direito ao retorno, em 30 de março, 122 palestinos morreram vítimas dos tiros de soldados israelenses.