AQUECIMENTO GLOBAL

Onda de calor na Europa tem temperaturas quase recordistas

População europeia começa a aceitar que o calor pode ser o clima normal no continente

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Publicado em 06/08/2018 às 13:50
Foto: Pascal Pavani/ AFP
População europeia começa a aceitar que o calor pode ser o clima normal no continente - FOTO: Foto: Pascal Pavani/ AFP
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A Europa registrou temperaturas quase recordistas nesta segunda-feira (6), mas as previsões são de uma trégua após semanas de sol ininterrupto, enquanto a população começa a aceitar que este clima possa ser o novo normal no continente devido às mudanças climáticas. 

Aqui está um resumo dos acontecimentos recentes: 

França: adaptar-se à mudança 

Espera-se que as temperaturas atinjam picos no sul da França, nesta segunda, e mais ao norte, na terça-feira (7). No sábado (4), elas alcançaram seus níveis mais altos desde que uma onda de calor mortal matou milhares de pessoas, principalmente idosos, em 2003. 

A ministra da Saúde, Agnes Buzyn, disse que as pessoas precisavam tomar os devidos cuidados para lidar com o calor e advertiu que todos precisavam se adaptar. 

"Você precisa beber muito líquido, mas também comer e ingerir sal", disse Buzyn. "Provavelmente vamos adaptar nossas advertências nos próximos anos, porque isso é algo que não estávamos observando até agora", completou.  

Várias cidades impuseram restrições de tráfego e reduziram os limites de velocidade para tentar diminuir a poluição por ozônio agravada pelo calor. Paris ofereceu estacionamento gratuito e passagens de metrô e ônibus mais baratas para desestimular o uso de automóveis.

A atual onda de calor pode ser uma das três piores já registradas na França, informou o serviço nacional de meteorologia. 

A previsão atual é de um final mais frio para esta semana, com temperaturas na casa dos 20ºC.

Cinco mortos na Espanha 

Na Espanha, o balanço de mortos subiu para cinco, depois que dois moradores de rua sucumbiram à insolação em Tarragona, na Catalunha, disseram autoridades. 

Ajudados por ventos mais calmos, os bombeiros estavam conseguindo controlar um incêndio florestal na província de Huelva, no sudoeste do país, do outro lado da fronteira com o Algarve, no sul de Portugal, onde ainda ardia uma grande chama em Monchique.  

As temperaturas permaneceram altas, especialmente no sudeste, onde a previsão é que atingiriam entre 40 e 42ºC. 

Houve pouco alívio à noite. 

À meia-noite, a cidade de Zorita, no sudoeste, registrou uma temperatura de 35,1ºC, de acordo com o escritório nacional de meteorologia da Espanha, a temperatura mais alta do país naquele momento. 

Incêndios em Portugal

Em Portugal, depois de atingirem os 45ºC, aquém do recorde nacional de pouco mais de 47ºC, as temperaturas abrandaram ligeiramente, mas não o suficiente para tornar mais fácil o trabalho dos cerca de 1.100 bombeiros em Monchique. 

Monchique, no sul de Portugal, foi coberta por densas nuvens de fumaça na manhã desta segunda-feira, depois que as autoridades evacuaram várias casas durante a noite, com 24 pessoas feridas, uma delas gravemente. 

"Nossa prioridade é proteger as pessoas", disse a repórteres o ministro do Interior, Eduardo Cabrita. 

O serviço meteorológico anunciou que, após o pico de sábado, as temperaturas estavam de volta abaixo de 45°C e deveriam permanecer mais baixas nos próximos dias.

Nova subida na Alemanha 

A Alemanha espera uma nova subida no meio da semana, até cerca de 39 graus, antes de as temperaturas caírem. Números oficiais mostram que a média de abril a julho ficou 3,6 graus acima do período de referência de 1961-1990. 

Os agricultores continuam pedindo ajuda, e o presidente da associação de agricultores da Alemanha, Joachim Rukwied, disse que talvez seja necessária uma ajuda de um bilhão de euros do governo, já que as perdas de colheita chegam a 70% em algumas áreas. 

Mais de um milhão de crianças retornaram à escola nesta segunda-feira em três estados alemães - Rhineland-Palatinate, Saarland e Hesse. Algumas foram autorizadas a ir para casa mais cedo do que o planejado devido à onda de calor. 

Ilhas Britânicas em apuros 

O sul da Grã-Bretanha continuou quente, com um máximo de 32ºC, mas a nação ficou mais fria e mais nublada no norte. 

Segundo a imprensa, a persistente falta de chuvas atingiu as ilhas mais remotas do país. 

A mais afetada é a minúscula ilha de Lundy, no Canal de Bristol, que agora depende de garrafas de água do continente, depois que os estoques locais acabaram, informou o Daily Express. 

Em Arran, na Escócia, na ilha de Scilly, no sudoeste da Inglaterra, e em Jersey, nas Ilhas do Canal, as autoridades pediram que as pessoas diminuíssem o consumo, acrescentou o jornal. 

91 mortos na Grécia

A Grécia estava um pouco mais fria, mas o balanço de mortos no incêndio florestal do mês passado no nordeste de Atenas subiu para 91 com a morte por ferimentos de uma mulher de 95 anos, disseram autoridades. 

Outras 36 pessoas ainda estão hospitalizadas após o desastre de 23 de julho. Seis delas se encontram em estado crítico.

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