Os negociadores dos Estados membros da União Europeia (UE) e do Parlamento Europeu alcançaram nessa segunda-feira um acordo para reduzir as emissões de CO2 de veículos novos em 37,5% até 2030, além do proposto inicialmente.
Este compromisso político chega dois dias após o fim da COP24 na Polônia, na qual a comunidade internacional não conseguiu se colocar de acordo sobre os novos desafios em matéria de luta contra o aquecimento global.
O compromisso alcançado nessa segunda-feira (17), em Bruxelas, fica no meio do caminho entre as posições dos Estados-membros, mais conservadoras, e a do Parlamento Europeu, mais avançadas.
Os negociadores concordaram em reduzir as emissões de CO2 para 2030 em 37,5% em relação à 2021. Isto supera, inclusive, a proposta do Executivo europeu de 30%, mas é inferior aos 40% defendidos pela Eurocâmara.
Novo Compromisso
O novo compromisso também prevê um objetivo de redução de emissões de carbono de 31% para os pequenos furgões e uma meta intermediária de 15% para os carros de passeio até 2025.
"Estou convencida de que os Estados-membros apoiarão este acordo", declarou Elisabeth Köstinger, ministra austríaca do Desenvolvimento Sustentável, cujo país ocupa a presidência rotativa do Conselho da UE e que liderou as negociações em nome dos 28.
O comissário europeu de Ação pelo Clima, Miguel Arias Cañete, celebrou os "objetivos ambiciosos" do acordo, que "mostra claramente, mais uma vez, nosso firme compromisso com o Acordo de Paris".
Mas a Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis manifestou suas "graves preocupações". Em sua opinião, os objetivos fixados pela UE terão um "efeito devastador" no emprego na indústria do automóvel.
"A industria lamenta que este objetivo para 2030 responda puramente a motivações políticas, sem levar em conta as realidades tecnológicas e sócio-econômicas".