Pela primeira vez, um importante membro do governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, fez alusão à possibilidade de um segundo referendo sobre o Brexit, provocando a alegria dos ativistas pró-europeus e as críticas dos eurocéticos.
A ministra de Trabalho e Previdência, Amber Rudd, uma fiel e próxima colaboradora de May, reconheceu que a convocação de uma nova consulta popular poderia ser defendida se os deputados rejeitarem o pacto negociado com a União Europeia (UE) e não conseguirem acordar uma estratégia alternativa. "Não quero uma consulta popular nem um referendo em geral", declarou ao canal ITV na quarta-feira à noite. "Mas se o Parlamento fracassar totalmente em chegar a um consenso, acho que poderia ser um argumento plausível", acrescentou.
Rudd, que se opôs ao Brexit no referendo de 2016, reconheceu que muitos de seus colegas no Partido Conservador (situação) se opõem a uma segunda votação.
A primeira-ministra rejeitou em muitas ocasiões a possibilidade de organizar um novo referendo, afirmando que apenas causaria mais divisão e não resolveria a questão. Mas a data prevista para o Brexit, 29 de março, já está próxima e o país ainda não conseguiu ratificar o acordo selado com Bruxelas nem alcançar um consenso sobre eventuais planos alternativos para abandonar a UE.
Voto popular
Os comentários de Rudd marcam um "grande momento para a nossa campanha", afirmou o deputado trabalhista Owen Smith, membro de um grupo anti-Brexit. "Amber Rudd pode ser o primeiro membro do gabinete conservador a dizer que prefere um 'voto popular' do que permitir um catastrófico Brexit sem acordo, mas não será o último", continuou.
No lado oposto, o deputado conservador Marcus Fysh considerou que a ministra tem "uma visão ruim" e afirmou em tuíte que "não é apropriado que esteja no governo".