O tribunal de Tóquio negou nesta quarta-feira (9) um pedido de soltura para o presidente do Grupo Renault e da Nissan, Carlos Ghosn, um dia depois de seu primeiro comparecimento perante a Justiça japonesa.
Os advogados do empresário apresentaram na terça-feira (8) um recurso para obter sua liberdade, mas o juiz negou, argumentando o risco de fuga do acusado e a possibilidade de alteração de provas.
"O pedido para anular a detenção foi rejeitado em 9 de janeiro", anunciou o tribunal de Tóquio em um comunicado.
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O advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, acredita que seu cliente ficará detido até o julgamento, o que pode acontecer dentro de alguns meses.
Na última terça (8), Ghosn declarou que foi "falsamente acusado e injustamente detido".
Em seu primeiro depoimento desde que foi detido por suspeita de fraude financeira, o magnata do setor automotivo, de 64 anos, afirmou que agiu com "honra, legalmente e com o conhecimento e a aprovação dos diretores da Nissan".
Recordou que "dedicou duas décadas de sua vida para reerguer" a montadora japonesa e disse que foi "acusado falsamente e detido de maneira injusta".
No dia 10 de dezembro, o empresário franco-brasileiro-libanês foi acusado de sonegar 5 bilhões de ienes (44 milhões de dólares) em renda entre 2010 e 2015.
Ghosn também é suspeito de sonegação de renda entre 2015 e 2018, de abuso de confiança, assim como de desviar dinheiro de uma conta da Nissan para um amigo saudita.
Ele nega todas as acusações.
Decorrente da rigidez do sistema judiciário japonês, a duração de sua prisão surpreende os estrangeiros.
Diante da avalanche de acusações, a Renault optou por permanecer discreta e manter sua confiança em Carlos Ghosn, enquanto a Nissan e a Mitsubishi Motors rapidamente o retiraram da presidência do conselho de administração.