O presidente americano, Donald Trump, se reuniu nesta sexta-feira (18) na Casa Branca com o enviado do líder norte-coreano Kim Jong-un para preparar uma nova cúpula entre os dois - que deve ocorrer perto do fim de fevereiro, segundo a Casa Branca -, na qual eles pretendem avançar nas negociações sobre a promessa de Pyongyang de desnuclearização.
"O presidente almeja se encontrar com o presidente Kim em um local a ser anunciado em outra ocasião", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Kim Yong Chol, braço direito de Kim Jong-un, se reuniu por 90 minutos com Trump na Casa Branca para tratar das "relações entre os dois países e do avanço para a desnuclearização total e completamente verificada da Coreia do Norte", segundo Sanders.
Pouco antes, o general norte-coreano se reuniu com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo. Acompanhado pelo enviado americano à Coreia do Norte, Stephen Biegun, um sorridente Pompeo posou para as câmeras sem dizer uma palavra.
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O Departamento de Estado não quis confirmar a visita de Kim Yong Chol até esta sexta-feira, depois que ele cancelou de última hora a viagem aos Estados Unidos que estava prevista para novembro.
Kim Yong Chol, braço direito de Kim Jong-un, é o primeiro funcionário norte-coreano de alto escalão em quase duas décadas a passar a noite na capital americana.
Trump afirmou diversas vezes querer se encontrar novamente com Kim Jong-un após sua histórica cúpula de junho em Singapura, a primeira entre mandatários dos dois países desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953).
Em 12 de junho de 2018, em Singapura, a primeira cúpula entre um presidente dos Estados Unidos e um herdeiro da Dinastia Kim da Coreia do Norte resultou no compromisso do líder norte-coreano de levar adiante uma "completa desnuclearização da península coreana".
Vietnã
Mas desde então, as negociações para concretizar essa promessa estão estagnadas, e poucos avanços concretos foram feitos.
Observadores sentiram desde o início que o compromisso dos norte-coreanos ainda estava longe da demanda dos Estados Unidos por uma "desnuclearização definitiva e totalmente comprovada".
Pyongyang acabou confirmando este temor ao condicionar seu próprio desarmamento à "retirada total das ameaças nucleares dos Estados Unidos", o que representaria um grande desafio aos acordos de defesa entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
Kim também espera um levantamento das sanções internacionais, embora os Estados Unidos insistam em manter a pressão máxima até que Pyongyang mostre progresso no abandono de suas armas nucleares.
Diante da falta de avanços, a ideia de uma segunda cúpula Trump-Kim evoluiu nos últimos meses.
Há "preparativos logísticos" em curso no Vietnã para receber a cúpula, que poderia acontecer na capital, Hanói, ou na cidade costeira de Danang, informou uma fonte do governo à AFP.
O primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Xuan Phuc, garantiu que seu país está pronto para receber os dois líderes.
"Não sabemos a decisão final. Em todo caso, se acontecer aqui, faremos o que for possível para facilitar o encontro", afirmou em entrevista à Bloomberg TV.