CRISE

EUA cobram que UE reconheça Guaidó como presidente da Venezuela

Guaidó, de 35 anos e líder da Assembleia Nacional, de maioria opositora, se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro

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Publicado em 16/02/2019 às 13:32
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Guaidó, de 35 anos e líder da Assembleia Nacional, de maioria opositora, se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro - FOTO: Foto: THOMAS KIENZLE / AFP
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O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, urgiu neste sábado, 16, à União Europeia (UE) que reconheça o opositor Juan Guaidó como o "único" presidente legítimo da Venezuela, em um momento em que vários países europeus bloqueiam uma posição comum do bloco.

"Todos devemos apoiar o povo venezuelano até que restabeleçam a liberdade e a democracia", disse Pence na Conferência de Segurança de Munique. "Por isso, hoje fazemos um pedido à União Europeia para que dê um passo pela liberdade e reconheça Juan Guaidó como o único presidente legítimo da Venezuela".

Guaidó, de 35 anos e líder da Assembleia Nacional, de maioria opositora, se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro durante uma maciça mobilização opositora em Caracas, surpreendendo a muitos, e exige a saída do presidente Nicolás Maduro.

Desde então, já recebeu o reconhecimento de 50 países, liderados pelos Estados Unidos, e de milhões de venezuelanos que viram renovada nele a esperança de sair da severa crise socioeconômica.

Pence disse depois que os Estados Unidos se tornaram a primeira nação a reconhecer o líder parlamentar como chefe de Estado, "52 países, incluindo 30 dos nossos aliados europeus, seguiram o exemplo dos Estados Unidos".

"Mas é hora de o restante do mundo dar um passo à frente", afirmou. "Mais uma vez, o Velho Mundo pode adotar uma posição de apoio à liberdade no Novo Mundo. Todos nós devemos apoiar o povo venezuelano até que a liberdade e a democracia sejam restauradas por completo."

Ajuda humanitária

Na sexta-feira, o governo americano anunciou o envio de mais ajuda humanitária à cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, em resposta ao pedido de Guaidó. A ajuda deve chegar neste sábado.

"No dia 16 de fevereiro, o Departamento de Estado, a USAID (agência para o desenvolvimento internacional) e o Departamento de Defesa, em um esforço cooperativo, entregarão ajuda pronta para sua distribuição dentro da Venezuela em Cúcuta, na Colômbia", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Palladino.

Fontes diplomáticas que pediram para não serem identificadas confirmaram à agência EFE que já há "aviões militares americanos" a caminho da região com ajuda humanitária.

Consultado pela EFE, o Departamento de Defesa recusou pronunciar-se sobre este ponto, mas confirmou que Washington já transportou ajuda humanitária à região há dias.

"Os EUA posicionaram provisões de socorro - incluindo alimentos, pacotes de higiene e provisões médicas - na Colômbia na semana passada e seguirão coordenando-se com o presidente Guaidó e sua equipe de especialistas, governos na região e parceiros humanitários para mobilizar ajuda para o povo da Venezuela", afirmou em comunicado o tenente-coronel Jamie Davis, porta-voz do Pentágono.

Palladino, por sua vez, declarou que um voo com ajuda, sobre a qual não ofereceu detalhes, partiria de Miami neste sábado.

Em Cúcuta, funcionários de USAID e do Departamento de Estado, assim como responsáveis colombianos e representantes de Guaidó, "receberão as provisões para aumentar a ajuda já pré-posicionada no primeiro centro de ajuda humanitária internacional do presidente interino venezuelano", disse o porta-voz.

"Essa resposta de várias agências do governo (americano) é uma das demonstrações do compromisso dos EUA com o povo da Venezuela", indicou Palladino, que destacou que, em coordenação com o Executivo colombiano e os representantes de Guaidó, a assistência "tratará as maiores necessidades das populações (venezuelanas) mais vulneráveis".

Palladino ressaltou que "esta missão humanitária destaca o compromisso firme dos Estados Unidos e sua disposição para responder à crise política, econômica e humanitária criada por um homem", em referência ao presidente Maduro.

 

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