O presidente americano, Donald Trump, incentivou nesta segunda-feira (18) os militares venezuelanos a aceitarem a anistia oferecida pelo líder opositor Juan Guaidó, caso contrário "perderão tudo".
"Hoje tenho uma mensagem para todos os funcionários [públicos] que estão ajudando a manter (o presidente Nicolás) Maduro no cargo. Os olhos do mundo estão sobre vocês", disse Trump em um encontro com a comunidade venezuelana em Miami.
"Podem escolher entre aceitar a generosa oferta de anistia do [autoproclamado] presidente Guaidó e viver sua vida em paz com suas famílias e seus compatriotas, ou podem eleger o segundo caminho: continuar apoiando [o presidente Nicolás] Maduro. Se elegerem este caminho, não encontrarão um refúgio, não haverá uma saída fácil. Perderão tudo".
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Umas 300 pessoas presentes aclamaram Trump no evento na Universidade Internacional da Flórida, em Miami, realizado um dia depois da visita do senador Marco Rubio à fronteira da Colômbia com a Venezuela.
Horas antes, ao chegar ao aeroporto de Miami, após visitar as cargas de ajuda humanitária estacionadas na cidade colombiana de Cúcuta, Rubio havia dito a jornalistas que perguntaram sobre a opção militar que "se os Estados Unidos agirem militarmente em qualquer parte do mundo, vocês saberão".
"Mas aqui a única invasão que se pediu é uma invasão de comida e remédios", acrescentou, falando em espanhol, assegurando ainda que "a única invasão ocorrida na Venezuela é a invasão cubana".
Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino, organiza a entrada da ajuda humanitária para 23 de fevereiro, desafiando o repúdio do chefe de Estado, Nicolás Maduro, que prometeu impedir seu ingresso porque considera a carga uma porta de entrada para a intervenção estrangeira no país.
ONU
Segundo a ONU, 2,3 milhões de venezuelanos (7% da população) emigraram desde 2015, fugindo da maior crise econômica da história recente do país petroleiro, com uma hiperinflação estimada para este ano em 10.000.000% pelo FMI.