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Polícia britânica prende Julian Assange, fundador do WikiLeaks

Ele estava refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, mas o atual presidente equatoriano retirou seu asilo diplomático

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Publicado em 11/04/2019 às 7:34
Foto: Adrian DENNIS / AFP
Ele estava refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, mas o atual presidente equatoriano retirou seu asilo diplomático - FOTO: Foto: Adrian DENNIS / AFP
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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, foi detido nesta quinta-feira pela polícia britânica depois que o governo de Quito retirou o asilo diplomático, informou a Scotland Yard.

"A polícia metropolitana foi convidada à embaixada pelo embaixador (do Equador) após a retirada do asilo pelo governo equatoriano", afirma uma comunicado. 

Assange, 47 anos, foi levado para uma delegacia do centro de Londres, onde permanecerá até uma audiência com um juiz o mais rápido possível, completa a nota oficial.

Imagens exibidas por canais de televisão mostraram agentes da polícia de Londres retirando Assange, com uma longa barba branca, do edifício da embaixada equatoriana, que fica no elegante bairro londrino de Knightsbridge, onde o australiano entrou em 19 de junho de 2012 para escapar de um pedido de extradição da Suécia, cuja base acabou rejeitada.

A plataforma de difusão de documentos secretos WikiLeaks, que alertou há vários dias que o presidente equatoriano Lenín Moreno estava disposto a retirar de Assange a proteção diplomática concedida há quase sete anos por seu antecessor Rafael Correa, denunciou imediatamente a decisão de Quito como "ilegal" e "em violação ao direito internacional".

"Lenín Moreno, nefasto presidente do Equador, demonstrou sua miséria humana ao mundo, entregando Julian Assange - não apenas asilado, mas também cidadão equatoriano - à polícia britânica", tuitou Correa, que agora vive asilado na Bélgica." Isto coloca em risco a vida de Assange e humilha o Equador. Dia de luto mundial", completou.

Na página oficial do WikiLeaks no Twitter, foi feita uma postagem em defesa de Assange: "Atores poderosos, incluindo a CIA, estão engajados em um sofisticado esforço para desumanizá-lo deslegitima-lo e prendê-lo". 

Acusações e refúgio

Assange se refugiou na embaixada equatoriana em Londres em meados de 2012 e pediu proteção. Após dois meses de confinamento, o então presidente Rafael Correa (2007-2017) concedeu asilo diplomático em agosto daquele ano. Na época, Assange enfrentava uma ordem de prisão europeia. A Suécia queria sua extradição por acusações - que não prosperaram - de supostos crimes sexuais.

O especialista em informática alegava que tudo era um plano dos Estados Unidos para submetê-lo à sua jurisdição e fazê-lo pagar com a pena de morte o vazamento de milhares de segredos oficiais através de seu portal WikiLeaks. Quito aceitou esse argumento. 

No entanto, Londres se recusou a dar a ele um salvo-conduto, e a Justiça britânica pediu sua captura por violar as condições de liberdade condicional no caso aberto na Suécia.

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