O prefeito de Caracas, Gustavo Duque, informou nesta quarta-feira (1º) que o centro médico Salud Chacao recebeu 27 pessoas feridas no final da tarde, em dia de protestos e confrontos entre oposicionistas e apoiadores do presidente Nicolás Maduro. Duque diz que cerca de metade dos feridos foram atingidos por chumbo grosso. Uma pessoa foi baleada no pé com uma arma de fogo.
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Durante os protestos da última terça-feira (30), o diretor do hospital de Caracas disse que os médicos receberam mais de 50 pacientes feridos durante confrontos entre manifestantes e forças de segurança. A Venezuela está no meio de uma luta pelo poder entre o presidente socialista Nicolas Maduro e o líder da oposição Juan Guaidó.
ONU
Nesta quarta, os Estados Unidos condenaram os ataques contra "manifestantes pacíficos", afirmou o representante de Washington em um conselho permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), Alexis Ludwin.
"Os Estados Unidos condenam, nos termos mais firmes, esses ataques contra manifestantes pacíficos", declarou Ludwin.
A sessão extraordinária dedicada à situação na Venezuela foi presidida pelo delegado do líder opositor venezuelano Juan Guaidó, o advogado Gustavo Tarre. Ele ocupa a cadeira de Caracas, depois que a OEA decidiu, em votação, não reconhecer os representantes de Maduro.
Tarre pediu que fossem exibidas imagens registradas pela imprensa na Venezuela, ontem. "Esses ataques não vão silenciar o povo venezuelano. O povo conhece a verdade", frisou.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, advertiu as autoridades venezuelanas para que evitem um "uso excessivo da força" contra os manifestantes. Ela convocou todas as partes a "renunciarem à violência".
"O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos está extremamente preocupado com as informações sobre o uso excessivo da força por parte das forças de segurança contra manifestantes na Venezuela, o que aparentemente deixou dezenas de feridos", declarou a porta-voz de Bachelet, Marta Hurtado, em um comunicado. "Segundo informações recebidas, muitos outros foram detidos", completou.
"Diante dos protestos em massa programados para hoje, fazemos um apelo a todas as partes para que mostrem a máxima moderação e, às autoridades, para que respeitem o direito à reunião pacífica", afirmou Hurtado. "Também advertimos contra o uso de uma linguagem que incite à violência", acrescentou.
Na declaração, a porta-voz de Bachelet lembra o governo venezuelano de seu dever de garantir a proteção dos direitos humanos de todos e ressalta que esta agência da ONU "continuará monitorando a evolução da situação no país".