Sri Lanka decretou nesta segunda-feira um toque de recolher noturno para todo o país, depois que tumultos antimuçulmanos explodiram em pelo menos três distritos ao norte da capital, numa violenta reação contra os ataques suicidas no domingo de Páscoa.
Fontes oficiais disseram que o toque de recolher tem como objetivo impedir a escalada da violência, mas a polícia não disse por que a medida foi estendida a todo o país de 21 milhões de pessoas.
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Inicialmente, nos distritos de Puttalam, Kurunegala e Gampaha, perto de Colombo, a população foi convidada a permanecer em casa depois que uma multidão liderada por cristãos atacou várias empresas e mesquitas de muçulmanos no domingo e nesta segunda-feira (13).
A polícia também informou que houve incidentes esporádicos de multidões que atiraram pedras e incendiaram motocicletas e carros de muçulmanos. Na cidade de Hettipola, pelo menos três lojas foram incendiadas.
Ação policial
Policiais e militares reprimiram centenas de manifestantes com gás lacrimogêneo em pelo menos seis cidades na manhã desta segunda-feira.
"Várias lojas foram atacadas", disse um policial à AFP. "Quando a multidão tentou atacar as mesquitas, nós disparamos para o ar e usamos gás lacrimogêneo para dispersá-los", acrescentou.
"Há um forte elemento político nos tumultos de hoje, há pessoas que tentam tirar capital político dessa situação", disse a mesma fonte.
No momento não houve relatos imediatos de vítimas ou prisões, disse a polícia.
Em 21 de abril, domingo de Páscoa, uma série de ataques suicidas reivindicados pelo grupo do Estado Islâmico (IS) no Sri Lanka deixou 253 mortos em hotéis de luxo e igrejas católicas.
Desde então, dezenas de pessoas foram presas e tanto escolas católicas quanto igrejas estão sob fortes medidas de segurança.
Os muçulmanos representam cerca de 10% dos 21 milhões de habitantes do Sri Lanka, um país com maioria budista, e cristãos 7,6%.