A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome de burnout, caracterizada pelo esgotamento profissional, na próxima Classificação Internacional de Doenças (CID-11). A lista inclui doenças, mas também outras condições de saúde, como síndromes (conjunto de sintomas). Na CID, burnout não vai entrar como doença, mas como um "fenômeno ocupacional" que afeta a saúde.
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A síndrome de burnout é um quadro de esgotamento profissional caracterizado por três sinais clássicos: 1) esgotamento físico e psíquico (a sensação de não dar conta das tarefas); 2) indiferença e perda de personalidade (não se importar mais com o próprio desempenho profissional, cinismo e apatia); e 3) Baixa satisfação profissional.
Para além desses sintomas, podem aparecer sintomas físicos, como ressalta a coordenadora do Serviço de Psicologia e Experiência do Paciente do Hospital Israelita Albert Einstein, Ana Merzel Kernkraut. "Os primeiros sintomas podem ser físicos, como dor de cabeça, dor de coluna e distúrbios musculares", explicou.
Tratamento
A síndrome de burnout acomete três em cada dez pessoas no País com sintomas de estresse. Definido como o esgotamento físico e mental associado ao trabalho, o transtorno cobra um preço alto dos profissionais, dos empregadores e da sociedade. “Não estamos nos referindo a excesso de tarefas nem à fragilidade das pessoas, mas a condições de trabalho”, destaca o psicólogo Alexandre Coimbra Amaral, terapeuta de família.
Alexandre reforça que a síndrome é mais frequente entre as profissões de cuidado a populações humanas, já que a tarefa de cuidar impõe condições que excedem limites de nossas habilidades e capacidades. É uma missão que não se limita a trabalhadores da Saúde. “Policiais civis e militares, bombeiros, profissionais de creches e escolas, operadores do direito e sacerdotes também têm risco de adoecimento.”
"Quantas vezes passamos por situações que levam a essa sensação de que não aguentamos mais? É importante frisar que os efeitos físicos e mentais decorrentes da exaustão têm tratamento. É importante procurar apoio de profissionais da saúde mental, como psicólogo e psiquiatra", destaca.
Para prevenir
Para prevenir a síndrome, Alexandre sugere que devemos percorrer um caminho capaz de nutrir o corpo e a mente com doses de bem-estar. “Devemos construir uma fronteira entre o trabalho e o autocuidado, deixando sempre espaços livres na nossa agenda, além de formar redes de amigos que possam nos levar a momentos que nada lembrem o trabalho.” O depoimento dele faz sentido: o repouso é sagrado e faz percebermos que a vida é mais cheia de soluções do que de problemas.
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