Centenas de corredores iniciaram, neste sábado (17), uma maratona de recordações ao longo da rota de 160 quilômetros do antigo Muro de Berlim, três décadas após sua queda.
Em sua oitava edição, a ultramaratona teve início às 6h e contou com cerca de 500 participantes de 32 nacionalidades diferentes. Os mais resistentes correrão durante toda a noite de sábado, antes de terminar o teste nas primeiras horas do domingo.
"Você sabe que vai ser difícil, mas tem que aceitar e dizer 'eu ainda posso ir mais longe'", afirmou o sueco Patrik Gullerstrom, de 43, que já participou quatro vezes da maratona.
Itinerário
O itinerário passa por lugares emblemáticos, como o Portão de Brademburgo, o mítico Checkpoint Charlie e também por vários monumentos dedicados às 138 pessoas mortas quando tentavam se deslocar da Alemanha Oriental para a parte ocidental.
"Muitos não fazem isso para correr rápido. Eles leem cada memorial ao longo do percurso", conta Nina Blisse, uma das organizadoras da corrida.
As inscrições para o teste de 2020 serão abertas às 18h57, de 9 de novembro, momento exato em que a RDA comunista suspendeu a proibição de viagens em 1989, o que causou a queda do Muro.
Os organizadores costumam ter histórias pessoais ligadas ao Muro. Um deles, Andreas Pfeiffer, ficou dois anos preso por ter tentado cruzar a Cortina de Ferro entre a Hungria e a Áustria. Foi solto pela Alemanha Ocidental.
"Eu nunca fui um corredor, mas quando ouvi sobre a corrida pela primeira vez, quis me envolver", conta ele.
O recorde do evento foi marcado em 2014 pelo britânico Mark Perkins, que terminou em 13 horas e 6 minutos.