Tempestade

Dois mortos e treino da Fórmula 1 cancelado por causa de tufão no Japão

30 pessoas ficaram feridas até o momento

JC Online
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Publicado em 12/10/2019 às 15:19
Foto: STR / JIJI PRESS / AFP
30 pessoas ficaram feridas até o momento - FOTO: Foto: STR / JIJI PRESS / AFP
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O potente tufão Hagibis tocou o solo no Japão neste sábado à tarde (12), onde sua chegada foi precedida por chuvas torrenciais e fortíssimos ventos que provocaram a morte de pelo menos duas pessoas e a declaração de alerta máximo pelos temporais. O alerta implica a recomendação de evacuação de cerca de 7,3 milhões de pessoas. No fim do dia, milhares de pessoas já estavam em abrigos e recebiam rações de emergência e mantas quando um terremoto de magnitude 5,7 abalou a região de Tóquio, aumentando a tensão. Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas até o momento.

"O tufão Hagibis tocou terra pouco antes das 19h locais (7h em Brasília) na península de Izu", ao sudoeste de Tóquio, informou a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês). Antes de chegar ao continente, Hagibis já havia causado problemas nos transportes e importantes cortes de energia.

As companhias aéreas cancelaram 1.669 voos domésticos e 260 internacionais neste sábado, noticiou a emissora japonesa de televisão NHK. Todos os trens de alta velocidade (Shinkansen) entre Tóquio e Nagoya foram cancelados, assim como os que ligam Nagoya e Osaka (oeste). Neste sábado, os fabricantes de automóveis Toyota e Honda fecharam suas unidades, assim como supermercados e outros estabelecimentos do setor alimentício. Os dois parques de diversões da Disney em Tóquio também decidiram não abrir neste sábado.

Os organizadores do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Suzuka, perto de Nagoya (centro da cidade), cancelaram toda a programação de hoje. Os treinos livres foram limitados à sexta-feira, e os de classificação, transferidos para domingo de manhã, pouco antes do início da corrida. Duas partidas da Copa do Mundo de Rúgbi marcadas para este sábado já haviam sido canceladas na quinta-feira: França-Inglaterra, em Yokohama, e Nova Zelândia-Itália, encontros que atrairiam cerca de 115.000 espectadores.

Estima-se que o Hagibis vá ser o primeiro tufão classificado como "muito potente" a atingir a principal ilha de Honshu desde 1991, quando a JMA criou seu sistema de categorias de intensidade.

Meio metro de chuva

A JMA emitiu alerta máximo para chuvas em alguns bairros de Tóquio. Ao meio-dia, já havia determinações de evacuação voluntária para 3,25 milhões de pessoas, com atenção especial para idosos, pessoas com problemas de saúde e crianças, segundo a NHK. Mais de 13.500 pessoas buscaram os abrigos oferecidos pelo governo. A maioria delas teve suas casas parcialmente danificadas pelo tufão Faxai, que atravessou o Japão há um mês.

"Fui, porque o outro tufão arrancou o telhado da minha casa, e agora chove lá dentro. Estou muito preocupado", disse à televisão local um senhor de 93 anos, instalado em um abrigo em Chiba. A JMA alertou para um risco ainda maior de inundações, devido à chegada da Lua cheia, o que aumenta as marés, e advertiu para o perigo de deslizamentos de terra e de ondas imensas. Ainda segundo a agência, em muitas regiões do país são esperados para a madrugada deste domingo (13) "ventos brutais e um mar violento".

"Pedimos que tomem medidas de precaução para proteger suas vidas e as de suas famílias", declarou uma fonte da JMA durante uma coletiva de imprensa. Também são esperadas fortes chuvas em algumas regiões, com, por exemplo, 500 milímetros em 24 horas na área de Tóquio, e até 800 milímetros no centro do país, de acordo com a JMA.

As emissoras mostravam hoje imagens de ondas gigantescas contra os diques na costa e moradores de litorâneas amontoando sacos de areia na entrada de suas casas. No início de setembro, a região de Tóquio foi atingida pelo poderoso tufão, Faxai, com rajadas superiores a 200 km/h. O Faxai causou pelo menos duas mortes e mais de 100 feridos, além de danificar milhares de casas e inúmeras infraestruturas elétricas.

Na prefeitura de Chiba, periferia de Tóquio, quase um milhão de residências ficaram sem energia e, em dezenas de milhares delas, a corrente elétrica retornou apenas duas semanas depois. Fortemente criticado por sua administração da crise na passagem do Faxai, o governo japonês disse na sexta-feira que está em alerta.

O primeiro-ministro Shinzo Abe ordenou que sejam "tomadas todas as medidas possíveis para garantir a segurança do povo", segundo o porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga. As autoridades temem que o tufão gere caos nos transportes, coincidindo com um fim de semana prolongado no Japão, no qual muitos habitantes planejavam viajar de trem, ou de avião. Segunda-feira é feriado no país.

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